Leonardo Cavalcanti - Enviado especial
postado em 10/09/2019 11:31

Os recursos reservados para a compra e desenvolvimento do Gripen subiram entre 2018 (R$1.050.133.500) e 2019 (R$ 1.357.511.151), mas caíram drasticamente na previsão para o próximo ano (R$ 643.340.000). Isso sem contar o que pode vir a ser contingenciado neste e no próximo ano. De uma forma geral, houve uma queda de 42% nos programas do Ministério da Defesa, que, em nota, garante que trabalha com ajustes para que não ocorram impactos significativos nos projetos.
Há uma preocupação com a queda dos recursos, mas integrantes da empresa sueca Saab, fabricante dos caças garantem o acordo. O mesmo ocorre no Brasil, o que ficou claro com a presença do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, em Link;ping, a 200km de Estocolmo, na sede da Saab, onde ocorreu o segundo voo oficial da primeira aeronave encomendada pelo governo brasileiro - o primeiro teste foi em 26 de agosto.
Os testes são um o efetivo de programa gestado há quase duas décadas para renovação da frota de caças brasileiros. Iniciado ainda em 2001, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso lançou o projeto F-X, o processo de compra ou pelos governos Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer até chegar à gestão de Jair Bolsonaro, a com um orçamento mais baixo até aqui.
A disputa de quase R$ 17 bilhões envolveu diretamente a norte-americana Boeing, a sa Dassault e a sueca Saab, que acabou vitoriosa. Em outubro de 2014, a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou o resultado da concorrência. O acordo prevê a compra de 36 aeronaves e a transferência de tecnologia, o que já vem ocorrendo a partir de parcerias com empresas brasileiras - representantes das companhias nacionais também participaram do evento ontem na Suécia.
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;;É um programa de soberania e defesa. Aumentamos a capacidade da FAB e impulsionamos a transferência de tecnologia para o Brasil, abrindo as fronteiras para o conhecimento;, disse Azevedo e Silva. ;O setor também representa 4% do PIB, gerando mais de 285 mil empregos diretos e 850 mil indiretos, com salário médio de aproximadamente duas vezes maior ao da média nacional. O projeto Gripen vem para robustecer estes números.;;
Os governos brasileiro e sueco - além das empresas envolvidas no projeto - esperam ampliar o mercado internacional a partir da unidade de produção da Embraer, em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. O comandante da FAB, o brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, disse que o presidente Jair Bolsonaro continua ;;priorizando a alocação de recursos necessários a um projeto tão promissor para o Brasil;;.
Procurado ainda na semana ada, o Comando da Aeronáutica não confirmou aspectos sobre a dotação orçamentária para o processo de compra, mas garantiu que o cronograma está mantido, detalhando aspectos como as etapas de certificação. ;;O cronograma de entregas contratado pela Força Aérea Brasileira contempla o recebimento das aeronaves a partir de 2021 até 2026. Será um total de 36 aeronaves que vão, inicialmente, ser operadas por unidades aéreas a partir da Ala 2, em Anápolis (GO). Os pilotos brasileiros efetuarão o treinamento na Suécia a partir de 2020;;, diz a nota da assessoria militar.
Cerca de 350 profissionais brasileiros participam do programa de transferência de tecnologia na Suécia, que envolve 62 projetos de diversas disciplinas aeronáuticas.
*O jornalista viajou a convite da Saab
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