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Uma em cada três pessoas negras foi vítima de racismo no transporte público 2t3n3t

Jornal Correio Braziliense 5i5e17

Preconceito

Uma em cada três pessoas negras foi vítima de racismo no transporte público 1x3d4a

Pesquisa divulgada ontem, Dia Internacional contra a Discriminação Racial, aponta que o preconceito está até em coletivos, como ônibus, trens ou metrô 3p6j4x

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, divulgada ontem, data em que se celebrou o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, apontou que uma em cada três pessoas negras já sofreu racismo ao utilizar os meios de transporte no dia a dia. Mas os atos de preconceito por causa da cor da pele não param por aí: entre os trabalhadores negros que atuam no setor, 65% dos entrevistados enfrentaram alguma situação de racismo durante o expediente.

Das violências sofridas, a população negra ouvida pelo levantamento relatou ter sido menosprezada (24%), abordada de maneira desrespeitosa (17%), sofrido agressões verbais e ter sido alvo de expressões racistas (14%). Foram ouvidas 1,2 mil pessoas e mais de mil profissionais do setor de transporte. A pesquisa foi encomendada pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) com o apoio da Uber, em parceria com o Instituto Identidade Brasil (ID-BR).

O especialista do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Brasília (UnB), Nelson Fernando Inocêncio da Silva, destaca que a violência contra a população negra continua sendo um desafio a ser enfrentado todos os dias.

"Precisamos produzir informação sobre a população negra. O racismo é fruto da ignorância, então temos que trabalhar com informação. Precisamos de formação na educação básica, formação nas universidades, formação dos trabalhadores e profissionais de segurança, que precisam aprender muito sobre a população negra, porque a forma hostil como habitualmente tratam essa parcela da sociedade, é fruto de ignorância e desconhecimento", disse.

CB/DAPress - Transporte: zona franca do preconceito

Doença 2y134r

O Dia Internacional contra a Discriminação Racial é, na opinião de Nelson, fundamental para o entendimento de que a luta contra o racismo é universal, que deve ocorrer onde quer que se manifeste.

"Nossa sociedade ainda é muito refratária ao debate aberto da questão racial, com muitas reservas, de modo que isso dificulta o processo. O racismo é tratado como tabu e impede que a gente assuma, de fato, quem somos. No Brasil, o racismo é uma doença social e precisamos reconhecer que estamos doentes. A violência racial é histórica no país e não reconhecer isso é uma profunda alienação", lamentou.

O advogado e professor de Direito Penal e mestre em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Leonardo Pantaleão, ressalta que qualquer pessoa pode comunicar a ocorrência de crimes de racismo. "A legislação brasileira, inclusive, caminha nesse sentido, tendo recentemente criado a figura do 'informante do bem'. A atuação de terceiros contribui para que o Estado imponha o seu direito de punir o agente criminoso, mitigando, cada vez mais, tais práticas", salientou.

*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi