
Um estudo, conduzido pelo Departamento de Estudos Ambientais da Universidade de Boulder, localizada no Colorado, nos Estados Unidos da América (EUA), mostrou que povos indígenas com território reconhecido oficialmente têm altos índices de redução do desmatamento e melhoria do reflorestamento. O estudo revelou a importância da posse formalizada que se revela como um desincentivo às invasões.
“Nosso artigo mostra que a cada ano após a formalização da posse, houve um aumento de 0,77% na cobertura florestal, em comparação com as terras não ocupadas, em média — o que pode se acumular ao longo de décadas”, explica Rayna Benzeev, pesquisadora pós-doutoranda da Universidade da Califórnia em Berkeley, que é uma das autoras do artigo.
Saiba Mais
-
Brasil Lula exonera coordenadores de saúde indígena em meio à crise dos Ianomâmis
-
Brasil Presidente da ANPR diz que é preciso investigar negligência com indígenas
-
Brasil PF vai investigar se houve crime de genocídio da população ianomâmi
-
Política Lei do garimpo legaliza ouro ilegal "como que por encanto", diz Dino
A pesquisa é inédita porque investiga a mudança da cobertura florestal em 129 territórios indígenas, localizados na Mata Atlântica. A análise comparativa foi feita entre o período de 1985 a 2019 e revelou um contraste entre comunidades que não possuem direitos formais de obtenção da terra ou estão no processo. Portanto, sugere-se que as demarcações de terras indígenas sejam vistas como um fortalecimento dos esforços globais de conservação do bioma que ainda é vulnerável.
“Nossas descobertas contribuem para um debate ambiental com vistas ao reconhecimento dos direitos legais à terra dos povos indígenas na Mata Atlântica brasileira, uma área que tem enfrentado altas pressões de desenvolvimento. Em um bioma que se tornou um ecossistema modelo para esforços de reflorestamento, que apoio pode ser necessário para que os povos indígenas continuem a manter as áreas florestais a longo prazo">