Nos últimos anos, o tratamento do diabetes tipo 2 tem ganhado destaque não apenas pelo controle da glicose, mas também pelos efeitos colaterais que podem auxiliar na perda de peso. O Ozempic, conhecido por sua eficácia, agora enfrenta um novo concorrente: o Mounjaro. Ambos os medicamentos têm se mostrado promissores, mas qual deles realmente se destaca?
O Ozempic, com seu componente ativo semaglutida, tem sido amplamente utilizado para o controle do diabetes e, de forma off label, para a perda de peso. No entanto, o Mounjaro, aprovado recentemente pela Anvisa, promete ser ainda mais eficaz. Vamos explorar as diferenças entre esses dois medicamentos e entender por que o Mounjaro pode ser uma opção mais poderosa.
Qual é a diferença entre Ozempic e Mounjaro?
A principal diferença entre o Ozempic e o Mounjaro está em suas composições. O Ozempic é composto por semaglutida, um análogo do hormônio GLP-1, que ajuda a regular a glicose no sangue e reduz o apetite. Por outro lado, o Mounjaro contém tirzepatida, um agonista duplo que atua tanto no GLP-1 quanto no GIP, dois hormônios liberados após as refeições.

Essa dupla ação da tirzepatida faz com que o Mounjaro não apenas controle o açúcar no sangue, mas também promova uma sensação de saciedade mais duradoura. Estudos indicam que a tirzepatida pode ser mais eficaz na perda de peso, pois mantém a taxa metabólica elevada e promove a perda de gordura independentemente da ingestão calórica.
Como funcionam os medicamentos no corpo?
O Ozempic e o Mounjaro atuam de maneiras diferentes no organismo. A semaglutida, presente no Ozempic, retarda o esvaziamento gástrico, prolongando a sensação de saciedade e diminuindo o apetite. Já a tirzepatida, encontrada no Mounjaro, estimula a ação de dois hormônios, resultando em uma resposta sinérgica que potencializa a secreção de insulina e a sensação de saciedade.
Além disso, a tirzepatida tem mostrado ser mais eficaz na redução dos níveis de hemoglobina glicada (A1C), um indicador importante no controle do diabetes. Estudos comparativos revelam que as doses de tirzepatida superam as de semaglutida na redução desses níveis, tornando o Mounjaro uma opção atraente para pacientes com diabetes tipo 2.
Quais são os efeitos colaterais?
Como qualquer medicamento, tanto o Ozempic quanto o Mounjaro apresentam efeitos colaterais. Ambos podem causar sintomas gastrointestinais como náusea, vômito, diarreia e dor abdominal. No entanto, a tirzepatida pode estar associada a efeitos colaterais mais graves, como doenças gastrointestinais intensas, levando alguns pacientes a interromperem o tratamento.
É fundamental que qualquer tratamento seja acompanhado por um profissional de saúde. A orientação médica é essencial para ajustar as doses e monitorar possíveis reações adversas, garantindo a segurança e eficácia do tratamento.
O que dizem os estudos?
Estudos recentes têm comparado a eficácia do Mounjaro e do Ozempic na perda de peso e controle do diabetes. Um estudo da Truveta Research mostrou que participantes que usaram tirzepatida tiveram maior sucesso na perda de peso em comparação com aqueles que usaram semaglutida. Além disso, o Mounjaro demonstrou uma redução significativa no peso corporal ao longo de 84 semanas.
Apesar desses resultados promissores, é importante lembrar que o Mounjaro ainda não é aprovado especificamente para o tratamento da obesidade, sendo indicado apenas para o diabetes tipo 2. No Brasil, o Wegovy, outro medicamento à base de semaglutida, é autorizado para a perda de peso.
Qual é a melhor opção?
A escolha entre Ozempic e Mounjaro deve ser feita com base nas necessidades individuais de cada paciente e sob orientação médica. Enquanto o Ozempic continua sendo uma opção eficaz para muitos, o Mounjaro pode oferecer benefícios adicionais para aqueles que buscam uma perda de peso mais significativa e um melhor controle do diabetes.
Em um cenário onde a saúde e o bem-estar são prioridades, é crucial estar bem informado sobre as opções disponíveis e discutir com profissionais de saúde as melhores estratégias de tratamento. O avanço dos medicamentos para diabetes continua a oferecer novas esperanças para pacientes em todo o mundo.
Este artigo foi revisado por:Dra. Anna Luísa Barbosa Fernandes
CRM-GO 33.271

