CEILÂNDIA 54 ANOS

Advogada ensina noções básicas de direito a jovens em vulnerabilidade

Cria da cidade, a advogada e educadora Jéssica Silva usa o conhecimento adquirido para ajudar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social

Jéssica fala sobre a região em todos os locais por onde a -  (crédito:  Luis Nova/CB/D.A Press)
Jéssica fala sobre a região em todos os locais por onde a - (crédito: Luis Nova/CB/D.A Press)

Nascida e criada em Ceilândia, Jéssica Silva, 33 anos, aproveita o que aprendeu para ajudar a comunidade onde vive. Ela conta que, na região, teve a oportunidade de crescer, junto à sua família. "Driblamos diversas questões sociais, para que tivéssemos condições de nos estabelecermos com qualidade", comenta.

Advogada e educadora popular, Jéssica utiliza sua experiência e formação para trabalhar com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. "Dentro das atividades, muitos desses jovens acabam se inspirando em mim e querem ser uma 'Jéssica' quando crescer. Isso é algo que me inspira a continuar", ressalta.

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No seu trabalho social, ela mostra quais direitos as crianças e os adolescentes têm, além de deixar bem claro que eles podem cobrá-los das autoridades. "Quando a gente fala sobre periferia, não tem que ser um olhar de extrema vulnerabilidade, é preciso visualizar os sonhos da população que vive nesses locais", ressalta. "Enquanto educadora, tenho a grande missão de fazer com que muitos desses jovens consigam, ao menos, chegar onde estou", acrescenta.

Família

O amor de Jéssica por Ceilândia é tão forte que faz ela falar sobre a região em todos os locais por onde a. "Sou muito 'bairrista', então, sempre que vou a outros lugares do Brasil, digo para as pessoas visitarem Ceilândia, quando forem ao DF", diz. "Dia de domingo na Feira de Ceilândia, é maravilhoso para mim. Não dispenso. Ceilândia é incrível e é onde vou o resto da minha vida", garante.

Além da feira, Jéssica aponta outros lugares que adora em Ceilândia. "O projeto Jovens de Expressão é o meu lugar favorito, pois lá tem vários eventos, que me permitem não ter que ir até o Plano Piloto para curtir algo de qualidade. Além disso, a Casa do Cantador é um dos melhores locais para se apreciar uma boa cultura nordestina. Consumo muito a cultura de Ceilândia", destaca.

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    Ceilândia tem o seu ritmo. É gigante por natureza. Hoje são 287.113 moradores, de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio Ampliada (PDAD) do Distrito Federal Luis Nova/CB/D.A Press
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    A empresária Agda Óliver construiu toda a vida profissional e pessoal na cidade. Assim, surgiu a oficina dedicada ao público feminino, que foi indicada a um prêmio internacional da ONU Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • Morador de Ceilândia há 35 anos, o chef Karl Max é conhecido como uma referência comunitária. Com muito trabalho, transforma a cidade num ponto de encontro da boa comida
    Morador de Ceilândia há 35 anos, o chef Karl Max é conhecido como uma referência comunitária. Com muito trabalho, transforma a cidade num ponto de encontro da boa comida Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  • Cria da cidade, a advogada e educadora Jéssica Silva usa o
conhecimento adquirido para ajudar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social
    Cria da cidade, a advogada e educadora Jéssica Silva usa o conhecimento adquirido para ajudar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social Luis Nova/CB/D.A Press
  • Entre tantos movimentos culturais que fazem Ceilândia pulsar, o Sarau oz e Alma (Sarau á) se destaca como um dos grandes coletivos da cena artística local
    Entre tantos movimentos culturais que fazem Ceilândia pulsar, o Sarau oz e Alma (Sarau á) se destaca como um dos grandes coletivos da cena artística local Luis Nova/CB/D.A Press
  • Márcio Santos Viana, conhecido como Marcin, 38 anos, encontrou no futebol não apenas um caminho, mas uma missão. Hoje, ele não só treina atletas, mas transforma vidas, oferecendo oportunidades para crianças e jovens de Ceilândia
    Márcio Santos Viana, conhecido como Marcin, 38 anos, encontrou no futebol não apenas um caminho, mas uma missão. Hoje, ele não só treina atletas, mas transforma vidas, oferecendo oportunidades para crianças e jovens de Ceilândia Luis Nova/CB/D.A Press
  • As atletas Katlen Lopes e Sophia, mãe e filha que lutam juntas para levar Ceilândia aos pódios internacionais, destacam o carinho que têm pela cidade e por suas origens
    As atletas Katlen Lopes e Sophia, mãe e filha que lutam juntas para levar Ceilândia aos pódios internacionais, destacam o carinho que têm pela cidade e por suas origens Luis Nova/CB/D.A Press
  • Ao lado da estação de metrô Ceilândia Centro, será inaugurada a Casa do Hip Hop. Nomeada em homenagem ao falecido DJ Jamaika, o local pretende ser um centro cultural livre para todos os públicos
    Ao lado da estação de metrô Ceilândia Centro, será inaugurada a Casa do Hip Hop. Nomeada em homenagem ao falecido DJ Jamaika, o local pretende ser um centro cultural livre para todos os públicos Luis Nova/CB/D.A Press

De acordo com a advogada, ao ouvir a palavra "Ceilândia", a primeira coisa que vem à mente é a família. "É literalmente esse momento, principalmente sabendo que todos da minha família moram por aqui. A região tem esse ar mais familiar. Ceilândia me traz essa sensação de lar", descreve.

Jéssica pensa num futuro de qualidade para Ceilândia. "Quero, daqui a 20 anos, um local onde se tenham políticas públicas de qualidade, principalmente para crianças e jovens, além de mecanismos de qualidade voltadas para esse público", observa. "Além disso, acredito que Ceilândia vai ser uma região onde a gente se sente seguro ao andar, tenha qualidade de vida e que vai sair do mapa da vulnerabilidade social", deseja.

Arthur de Souza
postado em 27/03/2025 06:00
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