
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um crime ocorrido na madrugada de sexta-feira (30/5), na QNN 3, Conjunto G, em Ceilândia. Caio Rodrigo Lessa dos Santos, 30 anos, conhecido como "Gordão", foi assassinado com um tiro na cabeça. Segundo testemunhas e apurações da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), o homicídio foi encomendado pela ex-companheira da vítima, Raquel Marques Galvão, 37, que teria recrutado um primo, identificado como Pedro Henrique Souza, 18 — conhecido como Pedrinho —, para cometer o crime.
De acordo com as investigações, o motivo do assassinato seria o término conturbado de um relacionamento amoroso. Caio, a vítima, não aceitava o fim da relação com a ex-companheira, com quem ainda dividia a mesma casa. Ele estaria insistindo em reatar com Raquel e apresentando comportamentos agressivos, o que teria levado a mulher a pedir ao primo que o executasse.
No dia do assassinato, por volta das 2h, a vítima foi abordada em via pública, próximo a uma igreja. Pedro foi reconhecido por uma testemunha — que pediu para ter a identidade preservada — como o autor do disparo que tirou a vida de Caio. Após ser atingido, o homem foi socorrido por populares, que acionaram o Samu. Ele foi levado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O sepultamento ocorreu no domingo, no cemitério de Taguatinga.
Pedrinho foi preso na manhã do mesmo dia, por volta das 11h40, na QNN 1 de Ceilândia, após investigação da equipe da Seção de Crimes Violentos (Sicvio). Ele foi abordado próximo à igreja da EQNN 1/3, quando estava acompanhado de uma adolescente e de outro homem. Na bolsa da adolescente, que seria companheira do suspeito, foram encontrados R$ 2.506,75, que a moça alegou serem destinados ao pagamento de um advogado.
Mesmo negando participação no crime, Pedro Henrique foi autuado em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Se condenado, pode enfrentar uma pena de 12 a 30 anos de prisão, que pode ser maior, dependendo das particularidades do caso. A polícia apura o envolvimento dele em outro assassinato recente, em março deste ano, na QNN 1.
Raquel fugiu após o crime e, até o fechamento desta edição, não havia sido capturada pela polícia, que segue fazendo buscas para encontrá-la. Como não foi presa em flagrante, a suspeita deve responder pelo crime em liberdade, segundo o delegado João Ataliba, da 15ª DP.
Dor
Abalada, a mãe de Caio, Ana Lessa, 56 anos, descreveu o filho como um homem trabalhador, dedicado à família e muito ligado à avó. "Ele era um menino muito bom, procurava ajudar todo mundo. Trabalhou muito a vida toda", disse, emocionada. Caio deixou três filhas: uma de 12 anos, uma de 6 e uma de 3 anos.
Com a memória cheia de carinho, a tia Raimunda Lessa, 51 anos, lamentou o ocorrido. Ela relembrou a infância do sobrinho como um tempo de união familiar e inocência. "A lembrança boa que tenho dele é de quando morávamos todos na casa da minha mãe. Era uma casa muito acolhedora. Fomos criados todos juntos, os filhos das minhas irmãs, dos meus irmãos. Ele era como um filho pra mim", contou.
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