{ "@context": "http://www.schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/diversao-e-arte/2022/05/5005106-o-bonde-da-maria-cobogo.html", "name": "Autoras celebram lançamento de obras que trazem perspectiva feminina na escrita", "headline": "Autoras celebram lançamento de obras que trazem perspectiva feminina na escrita", "alternateName": "Literatura ", "alternativeHeadline": "Literatura ", "datePublished": "2022-05-04-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Nesta quinta-feira, o Coletivo Editorial Maria Cobogó vai celebrar o lançamento de cinco obras literárias, assinadas por cinco escritoras, que exploram diferentes gêneros e temas que buscam a perspectiva feminina. Solange Cianni, Ana Maria Lopes, Claudine M. D. Duarte e Christiane Nóbrega, integrantes do coletivo, estarão no bar Beirute da 109 Sul, amanhã, a partir das 17h. Segundo as escritoras, a festa deve ir até "quando não houver mais quibe". Porta-retrato, de Tânia Maria, que não faz parte do coletivo, também fará parte da celebração.  Entre os lançamentos, todos pelo selo do próprio coletivo, há contos, prosas poéticas, romances e poemas. Além das já citadas, Marcia Zarur é integrante do Maria Cobogó, que nasceu da união de amigas que têm em comum o amor pela escrita e pela língua portuguesa. Conheça as obras a serem lançadas amanhã.</p> <p class="texto"></p> <h3>O luto da baleia</h3> <h4>Solange Cianni</h4> <p class="texto">O luto da baleia trata de uma jornada surpreendente de cura de uma mãe que perdeu o filho para o suicídio (experiência semelhante à vivida pela autora). Um tabu religioso, a autodestruição não tem perdão nas religiões que a mãe conhece. Ela decide, então, amarrar o cadáver nas costas e atravessar o lago Paranoá a nado, durante toda a noite, para entregá-lo a Nanã Buruquê, orixá conhecida como a senhora da criação e da agem de luz dos mortos desta vida para outras. No sincretismo, a divindade é representada por Santa Ana, a quem a mãe é devota. "O livro traz fragmentos de memórias da mãe com o filho criança e adolescente. Os personagens também não têm nomes, porque quero que represente todas as mães", conta a autora. "Uma metáfora recheada de verdades e mentiras". A inspiração de Solange veio de uma pesquisa na National Geographic, que relata a saga de uma mãe baleia que carrega o filhote morto por mais de 1 mil km pelo Oceano Pacífico, até que se despede do corpo encalhado em um banco de areia. A última publicação da autora, que é pedagoga e terapeuta holística, foi em 2020, com o livro Bailarina do meu jardim.</p> <h3>A guerra invisível</h3> <h4>Ana Maria Lopes</h4> <p class="texto">Sem a atenção merecida da historiografia brasileira, a Guerra do Paraguai (1864-1870) é a inspiração para o romance histórico da jornalista Ana Maria Lopes, que mescla personagens reais com fictícios, além de fatos históricos do conflito bélico mais sangrento da história da América Latina, segundo a autora. A história é contada sob a perspectiva feminina, trazendo à tona personagens mulheres esquecidas ou rejeitadas pelos historiadores. "O papel das mulheres foi predominante. Foram para guerra, pegaram em armas e deram o e na cozinha. Com 80% da população masculina dizimada, foram elas que reconstruíram o Paraguai", conta Ana Maria.</p> <p class="texto">O interesse pela história da guerra começou quando, ainda nos anos 1970, Lopes foi ao Paraguai e viu um muro escrito "Abaixo o imperialismo brasileiro", o que a fez ler sobre a guerra (no Paraguai é chamada de Guerra do Brasil) desde então, por curiosidade.</p> <h3>Atlas de memórias e outros exílios</h3> <h4>Claudine M. D. Duarte</h4> <p class="texto">"Bem despretensioso, com pouco conteúdo, mas intenso", é como Claudine define a sua publicação. Dividido em duas partes, a primeira traz 12 minicontos inspirados em personagens femininos de clássicos literários. Os contos, escritos em prosa poética, falam de homens pela perspectiva das mulheres, além de abordar relacionamentos, dificuldades e desencontros. "Não é fácil gostar das personagens. Assusta estar no lugar delas", revela a autora. A segunda parte é composta por três textos envolvidos pela atmosfera de isolamento da pandemia. As ilustrações são assinadas por Tâmara Habka.</p> <p class="texto">Claudine já adaptou e dirigiu Uma criatura dócil, de Fiódor Dostoiévski, no teatro, em 2016. Dois anos depois fez o mesmo com O legado de Eszter, do escritor húngaro Sándor Márai. No mesmo ano, foi finalista do Prêmio Jabuti, com o projeto Calangos Leitores, onde coordena clubes de leitura para adolescentes de escolas públicas no DF.</p> <h3>Hiato</h3> <h4>Christiane Nóbrega</h4> <p class="texto">Hiato é uma jornada de autodescoberta de uma mulher casada, que acaba se divorciando. Em seu romance fragmentado, Christiane Nóbrega traça o perfil de uma mulher que amadurece na dor e toma as rédeas da vida após chegar ao limite do ável no relacionamento. "O livro partiu de um desafio. Separei em 2019 ao mesmo tempo que várias amigas e conhecidas avam pelo mesmo e acabei me inspirando nessas histórias. O livro tem uma visão feminista, de empoderamento", detalha a autora.</p> <p class="texto">Hiato é a primeira publicação de Nóbrega que não é direcionado para o público infantil. Em 2016, lançou Júlio, um dinossauro muito especial, pela Franco Editora; em 2017, A Branca de Leite, pelo C de Coisas; e Fios, pelo Maria Cobogó, obra pela qual foi finalista do Prêmio Jabuti 2020.</p> <h3>Porta retrato</h3> <h4>Tânia Maria</h4> <p class="texto">Entre as escritoras que lançarão livros nesta quinta-feira, Tânia é a única que não integra o coletivo Maria Cobogó. Celebrando seus 80 anos de vida, Tânia Maria Diniz reuniu 80 poemas, inspirados na sua vivência, na publicação intitulada Porta-retrato. São poemas confessionais, de vida, de amor, de fé, de resistência e de memória, que totalizam em cinco blocos de texto, com escritos que remontam à infância da escritora.</p> <p class="texto">Por pouco, o público jamais poderia ler os poemas de Tânia. Os manuscritos acabaram sendo encontrados por um dos netos da goiana de Ipameri. Logo, ele propôs à família a confecção da obra, pedido prontamente aceito e que mobilizou diferentes gerações da parentada. "Estou no bonde da vida. Ele é ligeiro, lento, destemido, covarde, fiel, infiel. Enquanto não chego no destino, lá vou eu, vivendo, apenas, o momento", diz o poema Sensação, presente na publicação.</p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/05/03/1200x800/1_whatsapp_image_2022_05_02_at_20_23_59-7897755.jpeg?20220503165422?20220503165422", "@type": "ImageObject", "width": 1200, "height": 800 }, "author": [{ "@type": "Person", }], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } j651v

Autoras celebram lançamento de obras que trazem perspectiva feminina na escrita u3462

Jornal Correio Braziliense 5i5e17

Literatura

Autoras celebram lançamento de obras que trazem perspectiva feminina na escrita 4f5ic

Coletivo Editorial Maria Cobogó vai lançar cinco obras que exploram diferentes gêneros e temas sob a perspectiva da mulher 716t2r

Nesta quinta-feira, o Coletivo Editorial Maria Cobogó vai celebrar o lançamento de cinco obras literárias, assinadas por cinco escritoras, que exploram diferentes gêneros e temas que buscam a perspectiva feminina. Solange Cianni, Ana Maria Lopes, Claudine M. D. Duarte e Christiane Nóbrega, integrantes do coletivo, estarão no bar Beirute da 109 Sul, amanhã, a partir das 17h. Segundo as escritoras, a festa deve ir até "quando não houver mais quibe". Porta-retrato, de Tânia Maria, que não faz parte do coletivo, também fará parte da celebração.  Entre os lançamentos, todos pelo selo do próprio coletivo, há contos, prosas poéticas, romances e poemas. Além das já citadas, Marcia Zarur é integrante do Maria Cobogó, que nasceu da união de amigas que têm em comum o amor pela escrita e pela língua portuguesa. Conheça as obras a serem lançadas amanhã.

O luto da baleia 586n54

Solange Cianni 66465m

O luto da baleia trata de uma jornada surpreendente de cura de uma mãe que perdeu o filho para o suicídio (experiência semelhante à vivida pela autora). Um tabu religioso, a autodestruição não tem perdão nas religiões que a mãe conhece. Ela decide, então, amarrar o cadáver nas costas e atravessar o lago Paranoá a nado, durante toda a noite, para entregá-lo a Nanã Buruquê, orixá conhecida como a senhora da criação e da agem de luz dos mortos desta vida para outras. No sincretismo, a divindade é representada por Santa Ana, a quem a mãe é devota. "O livro traz fragmentos de memórias da mãe com o filho criança e adolescente. Os personagens também não têm nomes, porque quero que represente todas as mães", conta a autora. "Uma metáfora recheada de verdades e mentiras". A inspiração de Solange veio de uma pesquisa na National Geographic, que relata a saga de uma mãe baleia que carrega o filhote morto por mais de 1 mil km pelo Oceano Pacífico, até que se despede do corpo encalhado em um banco de areia. A última publicação da autora, que é pedagoga e terapeuta holística, foi em 2020, com o livro Bailarina do meu jardim.

A guerra invisível 556a4k

Ana Maria Lopes 4e3f5w

Sem a atenção merecida da historiografia brasileira, a Guerra do Paraguai (1864-1870) é a inspiração para o romance histórico da jornalista Ana Maria Lopes, que mescla personagens reais com fictícios, além de fatos históricos do conflito bélico mais sangrento da história da América Latina, segundo a autora. A história é contada sob a perspectiva feminina, trazendo à tona personagens mulheres esquecidas ou rejeitadas pelos historiadores. "O papel das mulheres foi predominante. Foram para guerra, pegaram em armas e deram o e na cozinha. Com 80% da população masculina dizimada, foram elas que reconstruíram o Paraguai", conta Ana Maria.

O interesse pela história da guerra começou quando, ainda nos anos 1970, Lopes foi ao Paraguai e viu um muro escrito "Abaixo o imperialismo brasileiro", o que a fez ler sobre a guerra (no Paraguai é chamada de Guerra do Brasil) desde então, por curiosidade.

Atlas de memórias e outros exílios c4mc

Claudine M. D. Duarte 3170h

"Bem despretensioso, com pouco conteúdo, mas intenso", é como Claudine define a sua publicação. Dividido em duas partes, a primeira traz 12 minicontos inspirados em personagens femininos de clássicos literários. Os contos, escritos em prosa poética, falam de homens pela perspectiva das mulheres, além de abordar relacionamentos, dificuldades e desencontros. "Não é fácil gostar das personagens. Assusta estar no lugar delas", revela a autora. A segunda parte é composta por três textos envolvidos pela atmosfera de isolamento da pandemia. As ilustrações são assinadas por Tâmara Habka.

Claudine já adaptou e dirigiu Uma criatura dócil, de Fiódor Dostoiévski, no teatro, em 2016. Dois anos depois fez o mesmo com O legado de Eszter, do escritor húngaro Sándor Márai. No mesmo ano, foi finalista do Prêmio Jabuti, com o projeto Calangos Leitores, onde coordena clubes de leitura para adolescentes de escolas públicas no DF.

Hiato 4s282t

Christiane Nóbrega 5h2u1h

Hiato é uma jornada de autodescoberta de uma mulher casada, que acaba se divorciando. Em seu romance fragmentado, Christiane Nóbrega traça o perfil de uma mulher que amadurece na dor e toma as rédeas da vida após chegar ao limite do ável no relacionamento. "O livro partiu de um desafio. Separei em 2019 ao mesmo tempo que várias amigas e conhecidas avam pelo mesmo e acabei me inspirando nessas histórias. O livro tem uma visão feminista, de empoderamento", detalha a autora.

Hiato é a primeira publicação de Nóbrega que não é direcionado para o público infantil. Em 2016, lançou Júlio, um dinossauro muito especial, pela Franco Editora; em 2017, A Branca de Leite, pelo C de Coisas; e Fios, pelo Maria Cobogó, obra pela qual foi finalista do Prêmio Jabuti 2020.

Porta retrato 1g6s2h

Tânia Maria 3y381s

Entre as escritoras que lançarão livros nesta quinta-feira, Tânia é a única que não integra o coletivo Maria Cobogó. Celebrando seus 80 anos de vida, Tânia Maria Diniz reuniu 80 poemas, inspirados na sua vivência, na publicação intitulada Porta-retrato. São poemas confessionais, de vida, de amor, de fé, de resistência e de memória, que totalizam em cinco blocos de texto, com escritos que remontam à infância da escritora.

Por pouco, o público jamais poderia ler os poemas de Tânia. Os manuscritos acabaram sendo encontrados por um dos netos da goiana de Ipameri. Logo, ele propôs à família a confecção da obra, pedido prontamente aceito e que mobilizou diferentes gerações da parentada. "Estou no bonde da vida. Ele é ligeiro, lento, destemido, covarde, fiel, infiel. Enquanto não chego no destino, lá vou eu, vivendo, apenas, o momento", diz o poema Sensação, presente na publicação.