{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/diversao-e-arte/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/diversao-e-arte/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/diversao-e-arte/", "name": "Diversão e Arte", "description": "Celebridades — Famosos — artes — televisão — streaming ", "url": "/diversao-e-arte/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/diversao-e-arte/2024/08/6911388-do-forro-ao-reggae-conheca-os-sons-da-musica-indigena.html", "name": "Do forró ao reggae, conheça os sons da música indígena", "headline": "Do forró ao reggae, conheça os sons da música indígena", "description": "", "alternateName": "MÚSICA", "alternativeHeadline": "MÚSICA", "datePublished": "2024-08-07T06:03:00Z", "articleBody": "<p class="texto">A música para os povos indígenas carrega a missão de manter tradições vivas, mas não se resume a isso. Dos cânticos tradicionais com maracás a ritmos modernos e bases eletrônicas, artistas de diferentes etnias vão às plataformas digitais para mostrar a versatilidade da música indígena. Além de levarem as línguas nativas, algumas que chegaram até mesmo a serem proibidas no ado, as composições são uma forma de os músicos se expressarem sobre temas importantes, como a preservação dos recursos naturais. </p> <p class="texto">Na <a href="/cidades-df/2024/07/6897082-chapada-dos-veadeiros-recebe-a-16-aldeia-multietnica.html">XVI Aldeia Multiétnica, realizada na Chapada dos Veadeiros</a>, talentos de vários povos comandaram o show e dividiram o palco com o cantor Zeca Baleiro, em uma parceria que começou bem antes. </p> <ul> <li><strong>Leia também: <a href="/cidades-df/2024/07/6901734-indigenas-levam-esporte-tradicional-e-rituais-para-a-aldeia-multietnica.html">Indígenas levam esporte tradicional e rituais para a Aldeia Multiétnica</a></strong></li> <li><strong>Leia também: <a href="/diversao-e-arte/2024/07/6903285-show-de-zeca-baleiro-encerra-encontro-da-xvi-aldeia-multietnica.html">Show de Zeca Baleiro encerra encontro da 16ª Aldeia Multiétnica</a></strong></li> </ul> <p class="texto">O produtor musical André Magalhães é um dos responsáveis por orientar os jovens talentos. Ele conta que a aproximação com os músicos começou em 2019, quando ocorreu a Orquestra Multiétnica. "Não foi uma escolha e sim um encontro", conta. </p> <p class="texto">Atualmente, ele segue em contato com os participantes, além de visitar as próprias aldeias para conhecer mais sobre os ritmos e composições, trabalho que exerce há cerca de 30 anos. Para André, a música indígena pode ser exemplificada por uma palavra principal: diversidade. Tem rap, reggae, cantos tradicionais e hits, como os do músico Towe Fulni-ô, que embalam as noites com violão em volta da fogueira. </p> <p class="texto">Com o e profissional, o produtor quer incentivar os artistas cada vez mais a gravar e lançar suas composições. Um dos frutos desse trabalho foi o lançamento da <a href="https://www.instagram.com/tainaratakua/">cantora Tainara Takua</a>, da etnia Guarani Mbyá, que está no Spotify com o álbum <em>Cantos sagrados guarani</em>. </p> <ul> <li><strong>Leia também: <a href="/cidades-df/2024/07/6901782-eventos-reunem-povos-indigenas-e-moradores-de-areas-urbanas-na-chapada.html">Eventos reúnem povos indígenas e moradores de áreas urbanas na Chapada</a></strong><br /></li> </ul> <h3>Heloísa Tukue Kariri Xocó</h3> <p class="texto">Artista alagoana do povo Kariri Xocó, <a href="https://www.instagram.com/heloisaaraujoc/">Heloísa Tukue traz</a>, na música, elementos do Nordeste brasileiro e da cultura indígena misturados em diferentes ritmos. No samba, no forró e em variados estilos musicais, Heloisa exibe uma voz potente e uma presença cativante.</p> <p class="texto">"A minha aldeia é muito musical, a gente trabalha muito com a música, tudo que a gente vai fazer a gente gosta de estar cantando", conta. "Na tristeza, na alegria, nascimento, aniversário, no que for", completa.</p> <p class="texto">As composições da artista vão do português até o Dzubukuá Kipeá, língua nativa dos Kariri-Xocó, que foi por muitos anos proibida pelos jesuítas. Agora, a cantora é figura-chave no processo de retomada da língua mãe do seu povo. </p> <p class="texto">Toda vez que a jovem se apresenta, é uma festa na aldeia. Tukue destaca que o apoio da comunidade é essencial. "Nosso trabalho na cultura também é levar o nome da aldeia nas costas, para representar o nosso povo por meio das canções", afirma. </p> <p class="texto">No Instagram, Heloísa conta com mais de 40 mil seguidores, com quem compartilha a rotina, o trabalho no artesanato e a música. Composições originais como <em>Pisa na roseirinha</em> também aparecem no YouTube da cantora, com participações especiais de mulheres e crianças da aldeia. Agora, ela vai em busca da nova meta: gravar as canções originais. "Fico só escrevendo no papel para depois postar e divulgar", conta.</p> <h3 dir="ltr">Thulnifowá Fulni-ô</h3> <p dir="ltr">Guardião de conhecimentos sobre ervas medicinais, Thulnifowá, do povo Fulni-ô, de Pernambuco, levou ao palco da Aldeia Multiétnica uma música que fala sobre a planta sagrada para a comunidade, a Jurema. “Algumas etnias usam-na em forma de chá e tomam para limpeza e melhorar a visão”, explica.</p> <p dir="ltr">Thulnifowá contou que a música sobre a Jurema foi a própria entidade que compôs. “Um dia eu bebi um pouco da medicina e ela me mostrou esse cântico enquanto eu dormia. Eu acordei e não esqueci; na mesma hora, peguei a maracá — instrumento musical — e comecei a cantar”, descreveu. A melodia é cantada em dois idiomas, no Yathê, idioma Fulni-ô, e em português. “Assim outras pessoas também compreendem, e é importante que os irmãos brancos entendam”, diz.</p> <p dir="ltr">Subir no palco e mostrar as músicas para os espectadores é algo que o Fulni-ô está muito entusiasmado. “É algo que eu quero compartilhar com as outras pessoas. Se esse conhecimento e cântico fossem só para mim, eu estaria sendo egoísta. O bom é que eu posso compartilhar com os outros irmãos”, pontua.</p> <p dir="ltr">A explicação para a melodia ser sagrada, de acordo com Thulnifowá, é devido ao que os outros sentem no momento da canção. “As pessoas sentem cachoeiras de luz e força. Naquele momento, elas não estão ingerindo a medicina, mas escutando, e o cântico levará cada um — ouvintes — para o caminho correto”, fala.</p> <h3 dir="ltr">Lappa Kamayura Amarü</h3> <p class="texto">Lappa é um multitalento do povo Yawalapiti, do Alto Xingu. Cantor, compositor, arquiteto de casas da aldeia, lutador de huka huka — esporte tradicional xinguano — e ativista.</p> <p class="texto">O despertar de Lappa para a música veio em 2010, no Encontro de Culturas, no Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros. Fã de Bob Marley, ele juntou os novos aprendizados, a influência do reggae, a língua aruaque, falada pelos Yawalapiti, e juntou tudo em um estilo único e cheio de identidade.   </p> <p class="texto">"Aí teve aquela polêmica, eu não podia cantar na língua porque eu estava quebrando a tradição indígena xinguana, os caciques não aceitaram", relembra. "Eu fui o primeiro a levar a música diferente dentro do Xingu, agora todo mundo já tem músicas, tem rap, tem forró".</p> <p class="texto">Com composições autorais em aruaque, ele cria sonoridades com base eletrônica e compõe sobre temas como preservação ambiental. <a href="https://open.spotify.com/intl-pt/artist/2xTBff2PEx33ueXxggzUiy">Lappa Amarü tem um EP e singles no Spotify</a>. Em 2023, ele lançou o <a href="https://youtu.be/auadkbysFR0">clipe de<em> Cunha Meré Nopotariter Myran Wana</em>, gravado na Aldeia Multiétnica</a>.</p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/01/whatsapp_image_2024_08_01_at_16_32_08-39229496.jpeg?20240807062705" class="contain" layout="fill" alt="Heloísa embala a aldeia Kariri-Xocó com composições em português, como Pisa na Roseirinha, e na língua tradicional" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Divulgação/Thoyane Fulni-ô Kakayurá - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/01/whatsapp_image_2024_08_01_at_16_27_09-39229479.jpeg?20240807062748" class="contain" layout="fill" alt="Lappa Yawalapiti traz ritmos como o reggae para a língua aruaque " width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Fotos: Divulgação/Thoyane Fulni-ô Kakayurá - Divulgação/Thoyane Fulni-ô Kakayurá - Divulgação/Raissa Azeredo - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/01/whatsapp_image_2024_08_01_at_16_20_28-39229447.jpeg?20240807062706" class="contain" layout="fill" alt="Thulnifowá Fulni-ô usa a música para disseminar conhecimento do seu povo" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Divulgação/Raissa Azeredo - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-0-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> </amp-carousel> </div></p> <p class="texto"><em>*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori</em></p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/diversao-e-arte/2024/08/6914886-adriana-esteves-e-rodrigo-lombardi-falam-sobre-viloes-de-mania-de-voce.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/06/whatsapp_image_2024_06_26_at_16_45_57_copia-39307674.jpeg?20240806211034" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Diversão e Arte</strong> <span>Adriana Esteves e Rodrigo Lombardi falam sobre vilões de "Mania de você"</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/diversao-e-arte/2024/08/6914880-mafalda-icone-dos-quadrinhos-ganhara-serie-animada-na-netflix.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/06/mafalda_poster-39311579.jpg?20240806211001" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Diversão e Arte</strong> <span>Mafalda, ícone dos quadrinhos, ganhará série animada na Netflix</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/diversao-e-arte/2024/08/6914843-cinema-do-casapark-vai-dar-ingressos-para-quem-tiver-o-nome-rebeca-ou-beatriz.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/06/page-39311075.jpg?20240812175320" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Diversão e Arte</strong> <span>Cinema do Casapark vai dar ingressos para quem tiver o nome Rebeca ou Beatriz</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/01/1200x801/1_whatsapp_image_2024_08_01_at_16_32_08-39229496.jpeg?20240807062705?20240807062705", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/01/1000x1000/1_whatsapp_image_2024_08_01_at_16_32_08-39229496.jpeg?20240807062705?20240807062705", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/01/800x600/1_whatsapp_image_2024_08_01_at_16_32_08-39229496.jpeg?20240807062705?20240807062705" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Gabriella Braz", "url": "/autor?termo=gabriella-braz" } , { "@type": "Person", "name": "Luis Fellype Rodrigues", "url": "/autor?termo=luis-fellype-rodrigues-" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 3j1v4r

Do forró ao reggae 4n2p36 conheça os sons da música indígena
MÚSICA

Do forró ao reggae, conheça os sons da música indígena 2w4z2i

Artistas de múltiplas etnias se expressam em diferentes línguas nativas e ritmos que vão do forró ao reggae q4k4a

A música para os povos indígenas carrega a missão de manter tradições vivas, mas não se resume a isso. Dos cânticos tradicionais com maracás a ritmos modernos e bases eletrônicas, artistas de diferentes etnias vão às plataformas digitais para mostrar a versatilidade da música indígena. Além de levarem as línguas nativas, algumas que chegaram até mesmo a serem proibidas no ado, as composições são uma forma de os músicos se expressarem sobre temas importantes, como a preservação dos recursos naturais. 

Na XVI Aldeia Multiétnica, realizada na Chapada dos Veadeiros, talentos de vários povos comandaram o show e dividiram o palco com o cantor Zeca Baleiro, em uma parceria que começou bem antes. 

O produtor musical André Magalhães é um dos responsáveis por orientar os jovens talentos. Ele conta que a aproximação com os músicos começou em 2019, quando ocorreu a Orquestra Multiétnica. "Não foi uma escolha e sim um encontro", conta. 

Atualmente, ele segue em contato com os participantes, além de visitar as próprias aldeias para conhecer mais sobre os ritmos e composições, trabalho que exerce há cerca de 30 anos. Para André, a música indígena pode ser exemplificada por uma palavra principal: diversidade. Tem rap, reggae, cantos tradicionais e hits, como os do músico Towe Fulni-ô, que embalam as noites com violão em volta da fogueira. 

Com o e profissional, o produtor quer incentivar os artistas cada vez mais a gravar e lançar suas composições. Um dos frutos desse trabalho foi o lançamento da cantora Tainara Takua, da etnia Guarani Mbyá, que está no Spotify com o álbum Cantos sagrados guarani

Heloísa Tukue Kariri Xocó 5q423

Artista alagoana do povo Kariri Xocó, Heloísa Tukue traz, na música, elementos do Nordeste brasileiro e da cultura indígena misturados em diferentes ritmos. No samba, no forró e em variados estilos musicais, Heloisa exibe uma voz potente e uma presença cativante.

"A minha aldeia é muito musical, a gente trabalha muito com a música, tudo que a gente vai fazer a gente gosta de estar cantando", conta. "Na tristeza, na alegria, nascimento, aniversário, no que for", completa.

As composições da artista vão do português até o Dzubukuá Kipeá, língua nativa dos Kariri-Xocó, que foi por muitos anos proibida pelos jesuítas. Agora, a cantora é figura-chave no processo de retomada da língua mãe do seu povo. 

Toda vez que a jovem se apresenta, é uma festa na aldeia. Tukue destaca que o apoio da comunidade é essencial. "Nosso trabalho na cultura também é levar o nome da aldeia nas costas, para representar o nosso povo por meio das canções", afirma. 

No Instagram, Heloísa conta com mais de 40 mil seguidores, com quem compartilha a rotina, o trabalho no artesanato e a música. Composições originais como Pisa na roseirinha também aparecem no YouTube da cantora, com participações especiais de mulheres e crianças da aldeia. Agora, ela vai em busca da nova meta: gravar as canções originais. "Fico só escrevendo no papel para depois postar e divulgar", conta.

Thulnifowá Fulni-ô 18621o

Guardião de conhecimentos sobre ervas medicinais, Thulnifowá, do povo Fulni-ô, de Pernambuco, levou ao palco da Aldeia Multiétnica uma música que fala sobre a planta sagrada para a comunidade, a Jurema. “Algumas etnias usam-na em forma de chá e tomam para limpeza e melhorar a visão”, explica.

Thulnifowá contou que a música sobre a Jurema foi a própria entidade que compôs. “Um dia eu bebi um pouco da medicina e ela me mostrou esse cântico enquanto eu dormia. Eu acordei e não esqueci; na mesma hora, peguei a maracá — instrumento musical — e comecei a cantar”, descreveu. A melodia é cantada em dois idiomas, no Yathê, idioma Fulni-ô, e em português. “Assim outras pessoas também compreendem, e é importante que os irmãos brancos entendam”, diz.

Subir no palco e mostrar as músicas para os espectadores é algo que o Fulni-ô está muito entusiasmado. “É algo que eu quero compartilhar com as outras pessoas. Se esse conhecimento e cântico fossem só para mim, eu estaria sendo egoísta. O bom é que eu posso compartilhar com os outros irmãos”, pontua.

A explicação para a melodia ser sagrada, de acordo com Thulnifowá, é devido ao que os outros sentem no momento da canção. “As pessoas sentem cachoeiras de luz e força. Naquele momento, elas não estão ingerindo a medicina, mas escutando, e o cântico levará cada um — ouvintes — para o caminho correto”, fala.

Lappa Kamayura Amarü j962

Lappa é um multitalento do povo Yawalapiti, do Alto Xingu. Cantor, compositor, arquiteto de casas da aldeia, lutador de huka huka — esporte tradicional xinguano — e ativista.

O despertar de Lappa para a música veio em 2010, no Encontro de Culturas, no Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros. Fã de Bob Marley, ele juntou os novos aprendizados, a influência do reggae, a língua aruaque, falada pelos Yawalapiti, e juntou tudo em um estilo único e cheio de identidade.   

"Aí teve aquela polêmica, eu não podia cantar na língua porque eu estava quebrando a tradição indígena xinguana, os caciques não aceitaram", relembra. "Eu fui o primeiro a levar a música diferente dentro do Xingu, agora todo mundo já tem músicas, tem rap, tem forró".

Com composições autorais em aruaque, ele cria sonoridades com base eletrônica e compõe sobre temas como preservação ambiental. Lappa Amarü tem um EP e singles no Spotify. Em 2023, ele lançou o clipe de Cunha Meré Nopotariter Myran Wana, gravado na Aldeia Multiétnica.

Divulgação/Thoyane Fulni-ô Kakayurá -
Fotos: Divulgação/Thoyane Fulni-ô Kakayurá - Divulgação/Thoyane Fulni-ô Kakayurá - Divulgação/Raissa Azeredo -
Divulgação/Raissa Azeredo -

*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori

Mais Lidas 5f2u28

Tags 2n3637