
Rafael Munk entra na temporada final da série Sintonia interpretando Mergulhador, um traficante inspirado no Aquaman do PCC. Assim como na vida real, o personagem é responsável por colocar drogas no casco de navios cargueiros, as levando para outros países sem que a tripulação saiba. O ator de 37 anos contracena com o protagonista Christian Malheiros, que interpreta Nando.
"A maior preocupação sem dúvida era técnica, pois, apesar de já ter mergulhado, eu tinha feito como lazer há alguns anos. Então, me ajustar ao equipamento e entender o peso da arte que tínhamos que carregar submerso, e apertar parafusos embaixo da água, certamente foram desafios. Mas fizemos uma preparação antes com toda a equipe, o que deu mais confiança na execução", explica o ator, que literalmente mergulhou na pesquisa do personagem real e sobre os navios, conversando com pessoas que vivem essa situação e intervém nesse tipo de processo.
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Novelas
Rafael integra, pela primeira vez, uma produção da Netflix. O carioca já interpretou Mesquita em Terra e paixão, na Globo, e Joiada e Zobeba em Reis, na Record. "Cada casa tem suas particularidades, com coisas positivas e negativas, mas sempre busco me apegar as coisas positivas de cada lugar que contribuem muito para o desenvolvimento pessoal e profissional. Para mim, a maior diferença entre gravações de série e de novela é o tempo. É comparar uma fábrica com um ateliê de um grande artista. A fábrica tem uma atenção maior a otimização de custos e quanto mais rápido melhor, garantindo seus padrões de qualidade. Já no ateliê, o resultado é o mais importante, então o tempo é mais degustado. Ainda que sim, o orçamento do projeto dita quanto tempo está disponível, e por muitas vezes é necessário ser rápido, mas existe um prazer maior ao se degustar do trabalho", descreve.
O ator carioca conta que não é uma pessoa sonhadora, então, atuar não era um sonho de criança, mas se tornou uma realidade em um momento de crise. "Fiz carreira em consultoria de gestão durante oito anos. É um ambiente de trabalho com nível de estresse altíssimo, com muito tempo fora de casa e um ambiente onde o ideal é ser minimamente emotivo e o mais racional possível. A rotina metódica, o incômodo do fim do domingo, trabalhando horas intermináveis sem tempo para hobby me fizeram questionar se era assim que eu queria viver a minha vida", relembra.
Um novo estilo de vida
Quando descobriu que seria pai, Munk decidiu mudar de carreira, para poder estar mais próximo possível da filha de forma saudável. "Um pouco depois que minha filha nasceu, fui demitido e comecei uma busca por um novo estilo de vida. Decidi que não queria mais voltar ao mundo corporativo, e isso foi muito duro, pois apareceram algumas oportunidades bem bacanas, que neguei mesmo com a minha filha ainda pequena e buscando uma nova forma de ganhar dinheiro", conta.
Até que, nessa busca, Rafael fez um curso de teatro na CAL. "Nunca tinha feito teatro. Nunca mais parei. Cada curso que fazia conhecia pessoas maravilhosas que foram me ensinado a possibilidade de um novo ofício, que me abriram os olhos para um potencial meu que eu desconhecia. Quanto mais estudava, mais queria aprender. Quando percebi, já estava trabalhando e um trabalho puxando o outro. Hoje estou muito feliz com o caminho que estou trilhando e, agora, tenho uma relação saudável com o trabalho, que faço com prazer e carinho. Sou uma pessoa mais feliz nesse momento da minha vida, sem dúvida", conclui.
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