
O filme brasileiro O agente secreto não ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes, neste sábado (24/5). A premiação foi conquistada pelo longa Um Simples Acidente, do cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi.
O filme narra o encontro de um homem que acredita reconhecer o torturador dele nas ruas de Teerã, capital do Irã. "O mais importante é a liberdade do nosso país", declarou o cineasta ao receber o prêmio das mãos da atriz Cate Blanchett.
O longa-metragem é baseado em depoimentos de presos políticos que aram décadas atrás das grades no Irã e com quem Jafar Panahi, preso duas vezes (86 dias em 2010 e quase sete meses entre 2022 e 2023), compartilhou uma cela coletiva por um tempo
Jafar Panahi retornou à Cannes sete anos depois de Se Rokh, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Roteiro.
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Brasil sai consagrado
Apesar de não ter vencido a categoria principal, O agente secreto já havia sido premiado nas categorias de melhor ator, para Wagner Moura e melhor direção, além de receber o prêmio especial da Crítica no Festival de Cannes.
O agente secreto conta a história de um professor que se muda de São Paulo para Recife durante o carnaval, na esperança de reencontrar o filho, mas logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que ele busca.
Durante a estreia mundial no 78º Festival de Cannes, no domingo (18/5), o filme brasileiro recebeu 13 minutos de aplausos. O elenco e a equipe técnica chegaram ao tapete vermelho ao som do frevo de Pernambuco.
Segundo o diretor, O agente secreto foi um filme "extremamente duro e difícil" de filmar, mas uma "experiência muito feliz com os atores".
O diretor Kleber Mendonça Filho recebeu o prêmio em nome de Wagner Moura. "É um grande ator e espero que 'O Agente Secreto' lhe traga muitas coisas boas", declarou.
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