SUMMIT

Diretor do Itamaraty defende multilateralismo para reforçar propriedade intelectual

Eugênio Vargas Garcia, do MRE, destaca em evento do Correio que país deve buscar dialogar com outros países, para garantir desenvolvimento econômico e social por meio das patentes

Eugênio Vargas Garciao durante participação no Summit
Eugênio Vargas Garciao durante participação no Summit "Propriedade Intelectual: Desafios e Avanços na Proteção à Inovação" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia, Inovação e Propriedade Intelectual do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Eugênio Vargas Garcia, destacou a importância do multilateralismo e do diálogo internacional para garantir o aperfeiçoamento da propriedade intelectual no país. Ele frisou, ainda, que a atuação do governo não é feita de maneira isolada, e busca ouvir outros atores, como setor privado, sociedade civil, academia e especialistas.

“Nós estamos falando de multilateralismo, do papel das Nações Unidas e o sistema multilateral está sendo atacado, de uma certa maneira, nós temos que sair em defesa de uma ordem internacional baseada em regras. E a ONU está no centro desse esforço”, disse o diretor, nesta terça-feira (29/4), durante o Summit Propriedade Intelectual: Desafios e Avanços na Proteção à Inovação, evento realizado pelo Correio em parceria com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

Garcia frisou que os órgãos do governo devem buscar sempre uma posição consensuada, principalmente com a atuação do Grupo Interministerial de Propriedade Intelectual (GIPI), criado em 2019. Com base ainda na Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual, que estabelece as diretrizes para esse tema, ele avalia que o Brasil pode aperfeiçoar ainda mais essa questão, ao ouvir outros atores.

Um dos exemplos de sucesso, destacados pelo diretor, foi a conclusão do tratado sobre recursos genéticos na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), em 2024, que chegou a uma definição após mais de duas décadas de discussão e contou com a participação direta do Brasil na presidência da organização.

Para o representante do Itamaraty, a elaboração do tratado, que contou com a participação de mais de 190 países, foi uma grande conquista no setor e do país. “É importante lembrar que isso também reconhece a contribuição de países megadiversos, como o Brasil e o papel dos povos indígenas, das comunidades tradicionais, e tudo isso ligando com o tema da inovação”, destacou.

Ainda durante o evento, o diretor abordou a relação entre propriedade intelectual e inovação e a participação da política externa brasileira no longo prazo, por meio de ações que, na sua visão, foram “bem pensadas”. Garcia também pontuou que o país busca sempre construir uma posição internacional sólida para o país e amparada nos melhores princípios da tradição diplomática brasileira.

“Então, da perspectiva da propriedade intelectual, também a gente coloca como tema central a questão do desenvolvimento. Porque isso deve ser um fator fundamental para a gente poder analisar essa questão, como a propriedade intelectual auxilia o país na sua busca do desenvolvimento econômico, social, tecnológico”, completou o diretor.

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postado em 29/04/2025 11:23 / atualizado em 29/04/2025 11:25
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