Medidas fiscais

Galípolo diz que foi surpreendido por mudança no IOF, mas que vê boa intenção da Fazenda

Presidente do BC reconheceu que nunca foi favorável ao uso do imposto para tentar atingir a meta fiscal

 19/12/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Economia. Coletiva de Imprensa com Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo - Relatorio de Inflação. Banco Central.  -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
19/12/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Economia. Coletiva de Imprensa com Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo - Relatorio de Inflação. Banco Central. - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse nesta sexta-feira (23) ter recebido com surpresa as alterações no Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) divulgadas na tarde de ontem (22). Segundo o chefe da política monetária, o tema não foi mencionado durante a última reunião que teve com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros secretários da pasta no início da semana.

Na ocasião, Haddad aproveitou a participação do presidente do BC e de secretários para adiantar o valor que seria contingenciado e bloqueado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do primeiro bimestre, divulgado na quinta-feira. Segundo relato de Galípolo, que participou da abertura de um evento da Fundação Getulio Vargas (FGV), hoje, o ministro da Fazenda teria dito apenas que as medidas vinham no sentido de harmonizar as políticas fiscal e monetária.

“De maneira bastante trivial, ele (Haddad) mencionou que o relatório bimestral teria o bloqueio e contingência do valor que teria e que as medidas, provavelmente, de arrecadação, viriam no sentido de estar na mesma direção da política monetária, de contribuir com a política monetária”, disse o presidente do BC.

Galípolo, que também atuou como secretário-executivo do Ministério da Fazenda, antes de ir para o Banco Central, esclareceu que nunca foi favorável em utilizar o IOF para perseguir a meta fiscal. “Em debates anteriores, em qualquer momento que se discutia o IOF como alternativa para a persecução da meta, eu, pessoalmente, nunca tive muita simpatia sobre a ideia”, acrescentou.

Apesar disso, o presidente do BC considerou que o objetivo principal da equipe econômica com o anúncio das medidas é a perseguição da meta e elogiou o que ele chamou de “agilidade e tempestividade” do Ministério da Fazenda em voltar atrás no item que aborda sobre as remessas ao exterior. Essas operações teriam o imposto elevado para 3,5%, mas, com o decreto publicado na noite de quinta-feira, devem permanecer com alíquota de 1,1%.

“Acho que isso ficou bastante evidente, e também a disposição, atitude democrática, agilidade e tempestividade do Ministério da Fazenda de ouvir a sociedade e atuar de maneira muito rápida a dirimir qualquer tipo de problema que possa existir”, disse, ainda, o chefe da política monetária.

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postado em 23/05/2025 16:18 / atualizado em 23/05/2025 16:22
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