Artur Maldaner
A Universidade Federal da Paraíba (UnB) vai conceder o título Honoris Causa à professora Elizabeth Altino Teixeira, que completou 100 anos este ano. Esse título honorífico, um dos mais prestigiados da academia, deve-se ao reconhecimento da luta de Elizabeth Teixeira nas Ligas Camponesas, pela sua resistência à ditadura militar e pelo trabalho como educadora popular. A luta e vida de Elizabeth está representada no filme premiado Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho, que conta a história semidocumental de João Pedro Teixeira, líder camponês da Paraíba e marido de Elizabeth Teixeira, que foi assassinado em 1962.
De 1964 a 1981, Elizabeth viveu como clandestina da ditadura militar, afastada de seus filhos, até que foi encontrada pelo cineasta Eduardo Coutinho, que retomou as gravações do documentário, que tinha sido interrompido em razão do golpe de 64. A militante foi condecorada com o Diploma Bertha Lutz e a Medalha Epitácio Pessoa, e agora recebe o título da UFPB, encomendado pelo Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (CCHSA), por meio da professora Iranice Gonçalves Muniz.
Na reunião do Conselho Universitário da UFPB de 13 de maio, no mesmo dia em que Elizabeth foi apontada para doutora honorária, também foi conferido ao professor Neoraldo Pontes de Azevedo, ex-reitor da UFPB, o título honorífico de professor emérito. A honraria reconhece professores aposentados com alto grau de projeção acadêmica, foi indicado a Neoraldo pelo Departamento de Educação do Campo, por seu trabalho como reitor de 1992 a 1996, sua produção acadêmica no ramo da literatura, que inclui estudos sobre modernismo e regionalismo, e publicação de edições críticas de obras clássicas do cânone nordestino.