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A perspectiva de morar, estudar e trabalhar em pa&iacute;ses como Portugal, It&aacute;lia e Espanha, usufruindo de todos os benef&iacute;cios de um cidad&atilde;o local, tem prevalecido, a ponto de as pessoas desembolsarem at&eacute; R$ 50 mil apostando em um final feliz no encerramento dos processos. Quem n&atilde;o pode pagar os valores &agrave; vista est&aacute; parcelando a fatura em 12 vezes. A vontade de se ter o aporte europeu tem falado mais alto do que todos os riscos de uma negativa e, claro, dos custos assumidos.</p> <p class="texto">Criada em 2019 pelos irm&atilde;os Rafael e Rodrigo Gianesini, ambos nascidos em Taguatinga, no Distrito Federal, a Cidadania4u &eacute; um retrato claro do interesse maior dos brasileiros por ter uma segunda nacionalidade. A empresa, que tem sede em &Aacute;guas Claras e faturou R$ 1 milh&atilde;o no primeiro ano de vida, deve registrar receitas da ordem de R$ 140 milh&otilde;es em 2024. E n&atilde;o h&aacute; qualquer exagero nessa previs&atilde;o, garante Rafael. "O nosso crescimento tem superado, ano a ano, as nossas estimativas. Em 2020, foram quase R$ 4 milh&otilde;es; em 2021, R$ 21 milh&otilde;es; em 2022, R$ 56 milh&otilde;es; e, no ado, R$ 97 milh&otilde;es", detalha. "Hoje, somos 430 pessoas trabalhando em v&aacute;rias frentes", complementa Rodrigo.</p> <ul> <li><a href="/mundo/2024/02/6803120-pedidos-de-brasileiros-por-cidadania-italiana-sobrecarregam-sistema.html">Pedidos de brasileiros por cidadania italiana sobrecarregam sistema</a></li> <li><a href="/mundo/2024/01/6786696-cidadania-portuguesa-como-mudanca-em-regra-pode-agilizar-processo-para-brasileiros.html">Cidadania portuguesa: como mudan&ccedil;a em regra pode agilizar processo para brasileiros</a></li> </ul> <p class="texto">A ideia de abrir a Cidadania4u veio da experi&ecirc;ncia pela qual os dois irm&atilde;os aram para conquistar a nacionalidade italiana. "Foi um longo caminho, com muitas dificuldades. Nosso processo come&ccedil;ou em 2008 e durou quase 10 anos", conta Rafael. Ele lembra que, enquanto a fam&iacute;lia esperava por uma resposta do consulado italiano sobre a cidadania, alguns amigos aventaram a possibilidade de ele trabalhar em Portugal, que estava &agrave; procura de profissionais da &aacute;rea de tecnologia. Sendo cidad&atilde;o europeu, tudo seria facilitado. "Foi, ent&atilde;o, que decidimos ver em que p&eacute; estava o nosso processo e como poder&iacute;amos agiliz&aacute;-lo", frisa.<br /></p> <p class="texto">De cara, os dois empreendedores perceberam que havia muitos golpes nas redes sociais, dados por pessoas que se aproveitavam do sonho de ser ter uma outra cidadania e vendiam ilus&atilde;o para muita gente. Eles identificaram, ainda, que n&atilde;o havia grandes empresas nesse segmento, nem estruturas com transpar&ecirc;ncia, tecnologia e escala. Rafael, que desenvolvia produtos eletr&ocirc;nicos para bancos, e Rodrigo, que trabalhava com infraestrutura de redes, decidiram, ent&atilde;o, que tinha chegado a hora de dar uma nova cara ao mercado e lan&ccedil;ar um produto inovador, que permitiria a seus clientes acompanhar os pedidos de cidadania on-line. "Constru&iacute;mos um App que at&eacute; hoje a concorr&ecirc;ncia n&atilde;o conseguiu copiar", ressalta Rodrigo.</p> <h3>Mercado de bilh&otilde;es</h3> <p class="texto">A vis&atilde;o dos irm&atilde;os Gianesini est&aacute; baseada em n&uacute;meros. Dados do governo da It&aacute;lia apontam que h&aacute; 30 milh&otilde;es de brasileiros descendentes de italianos que est&atilde;o aptos a requererem a cidadania daquele pa&iacute;s. Supondo que todo esse contingente pagasse pelos servi&ccedil;os realizados pela Cidadania4u, seriam movimentados R$ 57 bilh&otilde;es. Essa montanha de dinheiro se multiplicaria caso os 25 milh&otilde;es de descendentes de portugueses que vivem no Brasil tamb&eacute;m resolvessem tornar-se cidad&atilde;os de Portugal. "O potencial desse mercado &eacute; enorme, mas &eacute; preciso que os processos sejam conduzidos com todos os cuidados necess&aacute;rios. Eu digo que a nossa principal miss&atilde;o &eacute; realizar sonhos. Ter uma segunda nacionalidade &eacute; como preparar um plano B, caso tudo d&ecirc; errado no pa&iacute;s de nascimento", complementa Rafael.</p> <p class="texto">O desejo dos brasileiros de buscarem outra cidadania pera por fam&iacute;lias inteiras. Muitos pais acreditam que, ao darem essa oportunidade a seus filhos, est&atilde;o garantindo a eles um futuro melhor, pois ter&atilde;o a op&ccedil;&atilde;o de estudar fora do Brasil e, por tabela, internacionalizar suas carreiras profissionais. Com nacionalidades portuguesa, italiana e espanhola, entre outras, poder&atilde;o desbravar toda a Uni&atilde;o Europeia, formada por 27 pa&iacute;ses, sem a necessidade de vistos de trabalho ou de estudo e com o integral aos sistemas p&uacute;blicos de sa&uacute;de.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/30/475x750/1_cidadania_portuguesa-37583569.jpg" width="475" height="750" layout="responsive" alt="cidadania portuguesa"></amp-img> <figcaption>Pac&iacute;fico - <b>cidadania portuguesa</b></figcaption> </div></p> <h3>As vantagens dos cidad&atilde;os europeus&nbsp;</h3> <p class="texto">"H&aacute; outro ponto que muita gente est&aacute; levando em considera&ccedil;&atilde;o: os cidad&atilde;os europeus t&ecirc;m vantagens para se estabelecerem nos Estados Unidos. N&atilde;o enfrentam a burocracia que os brasileiros t&ecirc;m de encarar", destaca F&aacute;bio Knauer, s&oacute;cio-fundador da Alian&ccedil;a Portuguesa, especializada em imigra&ccedil;&atilde;o. Para ele, aqueles que t&ecirc;m direito devem requerer a segunda cidadania, pois h&aacute; interesse de muitos pa&iacute;ses em renovar suas popula&ccedil;&otilde;es &mdash; Portugal, It&aacute;lia e Espanha t&ecirc;m as maiores parcelas de idosos da Europa &mdash;, suprir o mercado de trabalho e estimular suas economias. N&atilde;o &agrave; toa, t&ecirc;m flexibilizado as regras.</p> <p class="texto">No caso de Portugal, em 2020, o governo fez a nona mudan&ccedil;a na legisla&ccedil;&atilde;o para permitir que netos de portugueses nascidos em outros pa&iacute;ses pudessem pedir diretamente a nacionalidade e ainda re&aacute;-la para duas gera&ccedil;&otilde;es adiante. At&eacute; ent&atilde;o, a cidadania portuguesa s&oacute; poderia ser dada aos filhos e aos netos, que tinham de cumprir uma s&eacute;rie de requisitos e, quando morriam, encerravam o direito &agrave; nacionalidade a seus descendentes. Portugal tamb&eacute;m permite que estrangeiros sem v&iacute;nculos sangu&iacute;neos com portugueses possam pleitear a cidadania. Para isso, o interessado deve morar, legalmente, por cinco anos no pa&iacute;s. Esse benef&iacute;cio tem sido requerido por milhares de brasileiros que migraram para o territ&oacute;rio luso.</p> <ul> <li><a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2023/08/5115752-cidadania-portuguesa-abre-as-portas-do-mercado-de-trabalho-na-europa.html">Cidadania portuguesa abre as portas do mercado de trabalho na Europa</a></li> <li> <p class="texto"><a href="/opiniao/2023/10/5132174-artigo-dupla-cidadania.html">Artigo: Dupla cidadania</a></p> </li> </ul> <p class="texto">&Eacute; o caso da arquiteta e urbanista Juliana Mizumoto, 38 anos. Ela embarcou para Portugal em setembro de 2017 a fim de fazer um doutorado em sua &aacute;rea de atua&ccedil;&atilde;o e dar in&iacute;cio &agrave; internacionaliza&ccedil;&atilde;o de sua carreira. Graduada pela Universidade de S&atilde;o Paulo (USP), &eacute; consultora em constru&ccedil;&atilde;o digital a partir de Lisboa. Ap&oacute;s concluir o PhD, Juliana deu entrada no processo para a obten&ccedil;&atilde;o da nacionalidade portuguesa por tempo de resid&ecirc;ncia.</p> <p class="texto">Ela n&atilde;o tem d&uacute;vidas de que os direitos oferecidos pela segunda cidadania v&atilde;o beneficiar sua trajet&oacute;ria profissional. "Atualmente, tenho um trabalho em Portugal tamb&eacute;m relacionado a minha &aacute;rea de forma&ccedil;&atilde;o, mas quero manter as portas abertas para, no futuro, poder explorar novas possibilidades profissionais na Europa. Quando completaram os cinco anos e tr&ecirc;s dias, fiz o pedido de cidadania e, enquanto aguardo a emiss&atilde;o do meu novo aporte, mantenho a minha autoriza&ccedil;&atilde;o de resid&ecirc;ncia pelo visto de alta qualifica&ccedil;&atilde;o", afirma.</p> <p class="texto">Entre 2010 e 2023, quase 500 mil brasileiros conseguiram a cidadania portuguesa, segundo o Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a de Portugal. A advogada Karine Egypto, da Destinos Objetivos Consultoria Internacional, explica que os documentos b&aacute;sicos para o pedido de nacionalidade portuguesa s&atilde;o certid&atilde;o de nascimento, documento de identifica&ccedil;&atilde;o e antecedentes penais. Ela detalha que, fora isso, cada tipo de nacionalidade exige documentos espec&iacute;ficos que comprovem o direito. Para a solicita&ccedil;&atilde;o de um filho de portugu&ecirc;s, por exemplo, a certid&atilde;o de nascimento do pai ou m&atilde;e &eacute; imprescind&iacute;vel. O pedido para c&ocirc;njuge exige a apresenta&ccedil;&atilde;o da certid&atilde;o de casamento ou senten&ccedil;a judicial que reconhe&ccedil;a a uni&atilde;o por mais de tr&ecirc;s anos, sendo que os documentos tamb&eacute;m precisam ser legalizados de acordo com o pa&iacute;s de sua origem.</p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/29/675x450/1_juliana_mizumoto__arquiteta_e_urbanista__esta_requerendo_a_cidadania_portuguesa-37555287.jpg?20240602122834" class="contain" layout="fill" alt="Juliana Mizumoto, arquiteta e urbanista, est&aacute; requerendo a cidadania portuguesa " width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo pessoal - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/29/675x450/1_86cd9c15_03fe_43e3_9dc6_3cd8bcb18d37-37551806.jpg?20240602122833" class="contain" layout="fill" alt=" Francisco Zagari, professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal. 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Trabalho &amp; Forma&Atilde;&sect;ao.F&Atilde;&iexcl;bio Knauer, s&Atilde;&sup3;cio-fundador da Alian&Atilde;&sect;a Portuguesa, especializada em imigra&Atilde;&sect;&Atilde;&pound;o." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-0-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/08/09/675x450/1_photo_2023_07_21_16_57_38-28880655.jpg?20240602122831" class="contain" layout="fill" alt="Homem branco sorrindo, vestindo palet&oacute; cinza e camisa branca." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <h3>Movimento natural&nbsp;</h3> <p class="texto">A&nbsp;flexibiliza&ccedil;&atilde;o&nbsp;da It&aacute;lia abriu o precedente para que os requerentes da cidadania italiana possam recorrer &agrave; Justi&ccedil;a contra a demora para a finaliza&ccedil;&atilde;o dos processos, que t&ecirc;m levado at&eacute; 12 anos. Isso, sem que as pessoas tenham de ar um tempo no pa&iacute;s europeu, como &eacute; exigido normalmente. J&aacute; o governo da Espanha ou a permitir que netos de espanh&oacute;is pe&ccedil;am diretamente a cidadania nos consulados instalados nos pa&iacute;ses em que nasceram, sem precisarem morar por, no m&iacute;nimo, um ano na terra de seus antecedentes.</p> <p class="texto">"Estamos vendo um movimento natural dos brasileiros em busca de outra cidadania. A flexibiliza&ccedil;&atilde;o das regras por v&aacute;rios pa&iacute;ses decorre, sobretudo, do envelhecimento da popula&ccedil;&atilde;o e da necessidade premente de m&atilde;o de obra", diz o advogado F&aacute;bio Pimentel, do escrit&oacute;rio Pimentel Aniceto Associados. No entender dele, deve haver, no entanto, uma coordena&ccedil;&atilde;o entre as pol&iacute;ticas de incentivo para a obten&ccedil;&atilde;o da nacionalidade e mesmo do processo migrat&oacute;rio com as quest&otilde;es econ&ocirc;micas, para que n&atilde;o se criem problemas sociais.</p> <p class="texto">Mesmo a rigorosa Alemanha est&aacute; mexendo nas regras, a ponto de reduzir de cinco para tr&ecirc;s anos o tempo necess&aacute;rio para que um trabalhador da ind&uacute;stria de base que more no pa&iacute;s tenha direito &agrave; nacionalidade alem&atilde;. Pimentel acredita que os governos dos pa&iacute;ses europeus est&atilde;o atentos no sentido de atrair descendentes de cidad&atilde;os que migraram para o exterior como p&uacute;blico priorit&aacute;rio para refor&ccedil;ar as popula&ccedil;&otilde;es locais. Portugal, por exemplo, d&aacute; sinais claros de que optou pelos brasileiros, pela proximidade da l&iacute;ngua e cultural. "As pol&iacute;ticas de incentivos devem mirar todos os p&uacute;blicos, principalmente, aquele voltado para o setor de servi&ccedil;os, que sustenta o PIB (Produto Interno Bruto)", acrescenta.</p> <ul> <li class="title-post"><a href="https://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/mais-de-400-mil-brasileiros-com-cidadania-portuguesa-ganham-incentivo-para-migrar-para-os-eua/">Mais de 400 mil brasileiros com cidadania portuguesa ganham incentivo para migrar para os EUA</a></li> </ul> <p class="texto">Professor da Secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o do Distrito Federal, Francisco Zagari, 58, j&aacute; tem cidadania portuguesa e a estendeu aos dois filhos e aos tr&ecirc;s netos. Mas, como o bisav&ocirc; nasceu na It&aacute;lia, ele decidiu tamb&eacute;m pedir a nacionalidade italiana. "Estou fazendo isso para que as futuras gera&ccedil;&otilde;es da minha fam&iacute;lia possam ter a op&ccedil;&atilde;o de viver, estudar e trabalhar no exterior. Tenho parentes no interior de S&atilde;o Paulo e de Minas Gerais que j&aacute; conseguiram a nacionalidade italiana. Ent&atilde;o, achei por bem dar in&iacute;cio ao processo", destaca. Ele vai gastar R$ 40 mil nessa empreitada, envolvendo quatro pessoas. "Esse gasto valer&aacute; muito a pena no futuro", assinala.</p> <p class="texto">A meta de Zagari &eacute; que, principalmente, os tr&ecirc;s netos tenham a oportunidade de estudarem na Europa, podendo desenvolver uma bela carreira profissional mundo afora. "Meus dois filhos s&atilde;o concursados e ainda n&atilde;o se sentem confort&aacute;veis para viver no exterior. No entanto, farei de tudo para que meus netos possam ter essa oportunidade", ressalta. "Eu, particularmente, j&aacute; decidi que, depois de me aposentar, vou mudar para Portugal, terra do meu pai e da minha av&oacute;, que deixaram suas vidas para tr&aacute;s em 1958, ao emigrarem para o Brasil por causa da ditadura salazarista", afirma.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/30/cidadania_italiana-37584846.jpg" width="1200" height="2801" layout="responsive" alt="cidadania italiana"></amp-img> <figcaption>Pac&iacute;fico - <b>cidadania italiana</b></figcaption> </div></p> <h3>Ricos tamb&eacute;m querem</h3> <p class="texto">Mesmo entre os brasileiros de alt&iacute;ssima renda, o desejo de uma outra cidadania &eacute; latente. S&oacute;cio-diretor da gestora de recursos Heed Capital, Gustavo Caiuby conta que empres&aacute;rios e altos executivos, que ainda est&atilde;o em plena atividade no Brasil, t&ecirc;m recorrido aos vistos gold para, ao final de cinco anos, terem direito &agrave; nacionalidade portuguesa. At&eacute; outubro do ano ado, esse movimento se dava por meio da compra de im&oacute;veis em Portugal avaliados a partir de 500 mil euros (R$ 2,9 milh&otilde;es), mas esse mecanismo foi proibido pelo governo.</p> <p class="texto">As portas continuaram abertas, por&eacute;m, para os interessados em destinar os mesmos 500 mil euros ou mais para terras lusitanas por meio de fundos de investimentos multimercados, que apliquem, no m&iacute;nimo, 60% do patrim&ocirc;nio em a&ccedil;&otilde;es, deb&ecirc;ntures e b&ocirc;nus de empresas portuguesas, ou para fundos de venture capital, voltados para participa&ccedil;&otilde;es acion&aacute;rias em firmas de tecnologia e startups. Outra modalidade de investimentos mirando a nacionalidade portuguesa prev&ecirc; a destina&ccedil;&atilde;o dos recursos para a cria&ccedil;&atilde;o de empresas em Portugal que gerem 10 empregos ou mais. Essa mesma quantia pode ser usada para o refor&ccedil;o de capital de uma companhia com as mesmas caracter&iacute;sticas.</p> <ul> <li><a href="/brasil/2024/01/6786642-lacos-brasileiros-com-a-direita-alem-mar.html">Imigrantes do Brasil s&atilde;o fortes apoiadores da extrema-direita em Portugal</a></li> </ul> <p class="texto">Caiuby afirma que a cidadania portuguesa e mesmo a autoriza&ccedil;&atilde;o permanente de resid&ecirc;ncia em Portugal s&atilde;o muito desejadas pelos endinheirados, porque permitem a livre circula&ccedil;&atilde;o pelo Espa&ccedil;o Schengen, que engloba os 27 pa&iacute;ses da Uni&atilde;o Europeia.</p> <p class="texto">"A maioria dos nossos clientes continua no mercado de trabalho, portanto n&atilde;o deseja se mudar agora para Portugal. Por meio dos vistos gold, precisam ar apenas sete dias no pa&iacute;s no primeiro ano do investimento, depois 14 dias nos dois anos seguintes e outros 14 ao longo de mais dois anos. Nos pedidos normais de autoriza&ccedil;&atilde;o de resid&ecirc;ncia, &eacute; exigido que a pessoa fique pelo menos 180 dias por ano em Portugal", ensina.</p> <p class="texto">A tend&ecirc;ncia, acredita Caiuby, &eacute; de a procura pelos vistos gold se acelerar nos pr&oacute;ximos meses e anos. Entre os brasileiros, que t&ecirc;m R$ 126 milh&otilde;es sob gest&atilde;o da Heed, Portugal &eacute; encarado como a principal porta de entrada para a Europa. E a dupla cidadania &eacute; um ativo e tanto. No total, desde 2012, quando os vistos gold foram lan&ccedil;ados pelo governo portugu&ecirc;s para atrair capital, os brasileiros aplicaram R$ 473 milh&otilde;es no pa&iacute;s, atr&aacute;s apenas dos chineses, que destinaram cerca de R$ 2 bilh&otilde;es. Os chineses, assim como os indianos e os japoneses, optam por pedir a autoriza&ccedil;&atilde;o permanente de resid&ecirc;ncia em Portugal, e n&atilde;o a cidadania, pois teriam de abrir m&atilde;o da nacionalidade original. N&atilde;o &eacute; o caso dos brasileiros.<br /></p> <p class="texto">&nbsp;<div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/brasil/2024/05/6866529-sobe-numero-que-nao-estudam-nao-trabalham-nem-procuram-emprego.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/28/firmbee_com_gcsnospexfs_unsplash-37514438.jpg?20240528160036" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>EuEstudante</strong> <span>"Nem, nem, nem": 5,4 milhões de jovens no Brasil não estudam, não trabalham e nem procuram emprego</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2024/05/6866498-greve-dos-professores-continua-apos-acordo-unilateral-com-o-governo.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/28/whatsapp_image_2024_05_28_at_15_25_24-37512359.jpeg?20240528153155" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>Greve dos professores continua após acordo unilateral com o governo</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/05/6866478-concurso-caixa-aprovados-serao-nomeados-no-2-semestre.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/03/27/caixa-35818131.jpg?20240507143159" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso Caixa: aprovados serão nomeados no 2ª semestre</span> </div> </a> </li> </ul> </div><br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/29/675x450/1_236d3b44_05f9_4e72_b689_94b9c88eec46-37546406.jpg?20240602122829?20240602122829", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Vicente Nunes — Correspondente " } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 39234m

Eu, Estudante 29715y

aporte europeu

Brasileiros investem milhões em cidadania estrangeira m3y30

É cada vez maior o número de cidadãos nascidos no Brasil que buscam uma segunda nacionalidade. Há 30 milhões de pessoas no país descendentes de italianos e pelo menos 25 milhões de filhos e netos de portugueses que podem requerer o benefício 1c5c13

Lisboa — Os brasileiros não estão economizando quando o assunto envolve a obtenção de uma cidadania estrangeira. A perspectiva de morar, estudar e trabalhar em países como Portugal, Itália e Espanha, usufruindo de todos os benefícios de um cidadão local, tem prevalecido, a ponto de as pessoas desembolsarem até R$ 50 mil apostando em um final feliz no encerramento dos processos. Quem não pode pagar os valores à vista está parcelando a fatura em 12 vezes. A vontade de se ter o aporte europeu tem falado mais alto do que todos os riscos de uma negativa e, claro, dos custos assumidos.

Criada em 2019 pelos irmãos Rafael e Rodrigo Gianesini, ambos nascidos em Taguatinga, no Distrito Federal, a Cidadania4u é um retrato claro do interesse maior dos brasileiros por ter uma segunda nacionalidade. A empresa, que tem sede em Águas Claras e faturou R$ 1 milhão no primeiro ano de vida, deve registrar receitas da ordem de R$ 140 milhões em 2024. E não há qualquer exagero nessa previsão, garante Rafael. "O nosso crescimento tem superado, ano a ano, as nossas estimativas. Em 2020, foram quase R$ 4 milhões; em 2021, R$ 21 milhões; em 2022, R$ 56 milhões; e, no ado, R$ 97 milhões", detalha. "Hoje, somos 430 pessoas trabalhando em várias frentes", complementa Rodrigo.

A ideia de abrir a Cidadania4u veio da experiência pela qual os dois irmãos aram para conquistar a nacionalidade italiana. "Foi um longo caminho, com muitas dificuldades. Nosso processo começou em 2008 e durou quase 10 anos", conta Rafael. Ele lembra que, enquanto a família esperava por uma resposta do consulado italiano sobre a cidadania, alguns amigos aventaram a possibilidade de ele trabalhar em Portugal, que estava à procura de profissionais da área de tecnologia. Sendo cidadão europeu, tudo seria facilitado. "Foi, então, que decidimos ver em que pé estava o nosso processo e como poderíamos agilizá-lo", frisa.

De cara, os dois empreendedores perceberam que havia muitos golpes nas redes sociais, dados por pessoas que se aproveitavam do sonho de ser ter uma outra cidadania e vendiam ilusão para muita gente. Eles identificaram, ainda, que não havia grandes empresas nesse segmento, nem estruturas com transparência, tecnologia e escala. Rafael, que desenvolvia produtos eletrônicos para bancos, e Rodrigo, que trabalhava com infraestrutura de redes, decidiram, então, que tinha chegado a hora de dar uma nova cara ao mercado e lançar um produto inovador, que permitiria a seus clientes acompanhar os pedidos de cidadania on-line. "Construímos um App que até hoje a concorrência não conseguiu copiar", ressalta Rodrigo.

Mercado de bilhões 5t2z2c

A visão dos irmãos Gianesini está baseada em números. Dados do governo da Itália apontam que há 30 milhões de brasileiros descendentes de italianos que estão aptos a requererem a cidadania daquele país. Supondo que todo esse contingente pagasse pelos serviços realizados pela Cidadania4u, seriam movimentados R$ 57 bilhões. Essa montanha de dinheiro se multiplicaria caso os 25 milhões de descendentes de portugueses que vivem no Brasil também resolvessem tornar-se cidadãos de Portugal. "O potencial desse mercado é enorme, mas é preciso que os processos sejam conduzidos com todos os cuidados necessários. Eu digo que a nossa principal missão é realizar sonhos. Ter uma segunda nacionalidade é como preparar um plano B, caso tudo dê errado no país de nascimento", complementa Rafael.

O desejo dos brasileiros de buscarem outra cidadania pera por famílias inteiras. Muitos pais acreditam que, ao darem essa oportunidade a seus filhos, estão garantindo a eles um futuro melhor, pois terão a opção de estudar fora do Brasil e, por tabela, internacionalizar suas carreiras profissionais. Com nacionalidades portuguesa, italiana e espanhola, entre outras, poderão desbravar toda a União Europeia, formada por 27 países, sem a necessidade de vistos de trabalho ou de estudo e com o integral aos sistemas públicos de saúde.

Pacífico - cidadania portuguesa

As vantagens dos cidadãos europeus  i3n68

"Há outro ponto que muita gente está levando em consideração: os cidadãos europeus têm vantagens para se estabelecerem nos Estados Unidos. Não enfrentam a burocracia que os brasileiros têm de encarar", destaca Fábio Knauer, sócio-fundador da Aliança Portuguesa, especializada em imigração. Para ele, aqueles que têm direito devem requerer a segunda cidadania, pois há interesse de muitos países em renovar suas populações — Portugal, Itália e Espanha têm as maiores parcelas de idosos da Europa —, suprir o mercado de trabalho e estimular suas economias. Não à toa, têm flexibilizado as regras.

No caso de Portugal, em 2020, o governo fez a nona mudança na legislação para permitir que netos de portugueses nascidos em outros países pudessem pedir diretamente a nacionalidade e ainda reá-la para duas gerações adiante. Até então, a cidadania portuguesa só poderia ser dada aos filhos e aos netos, que tinham de cumprir uma série de requisitos e, quando morriam, encerravam o direito à nacionalidade a seus descendentes. Portugal também permite que estrangeiros sem vínculos sanguíneos com portugueses possam pleitear a cidadania. Para isso, o interessado deve morar, legalmente, por cinco anos no país. Esse benefício tem sido requerido por milhares de brasileiros que migraram para o território luso.

É o caso da arquiteta e urbanista Juliana Mizumoto, 38 anos. Ela embarcou para Portugal em setembro de 2017 a fim de fazer um doutorado em sua área de atuação e dar início à internacionalização de sua carreira. Graduada pela Universidade de São Paulo (USP), é consultora em construção digital a partir de Lisboa. Após concluir o PhD, Juliana deu entrada no processo para a obtenção da nacionalidade portuguesa por tempo de residência.

Ela não tem dúvidas de que os direitos oferecidos pela segunda cidadania vão beneficiar sua trajetória profissional. "Atualmente, tenho um trabalho em Portugal também relacionado a minha área de formação, mas quero manter as portas abertas para, no futuro, poder explorar novas possibilidades profissionais na Europa. Quando completaram os cinco anos e três dias, fiz o pedido de cidadania e, enquanto aguardo a emissão do meu novo aporte, mantenho a minha autorização de residência pelo visto de alta qualificação", afirma.

Entre 2010 e 2023, quase 500 mil brasileiros conseguiram a cidadania portuguesa, segundo o Ministério da Justiça de Portugal. A advogada Karine Egypto, da Destinos Objetivos Consultoria Internacional, explica que os documentos básicos para o pedido de nacionalidade portuguesa são certidão de nascimento, documento de identificação e antecedentes penais. Ela detalha que, fora isso, cada tipo de nacionalidade exige documentos específicos que comprovem o direito. Para a solicitação de um filho de português, por exemplo, a certidão de nascimento do pai ou mãe é imprescindível. O pedido para cônjuge exige a apresentação da certidão de casamento ou sentença judicial que reconheça a união por mais de três anos, sendo que os documentos também precisam ser legalizados de acordo com o país de sua origem.

Arquivo pessoal -
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Movimento natural  3r219

A flexibilização da Itália abriu o precedente para que os requerentes da cidadania italiana possam recorrer à Justiça contra a demora para a finalização dos processos, que têm levado até 12 anos. Isso, sem que as pessoas tenham de ar um tempo no país europeu, como é exigido normalmente. Já o governo da Espanha ou a permitir que netos de espanhóis peçam diretamente a cidadania nos consulados instalados nos países em que nasceram, sem precisarem morar por, no mínimo, um ano na terra de seus antecedentes.

"Estamos vendo um movimento natural dos brasileiros em busca de outra cidadania. A flexibilização das regras por vários países decorre, sobretudo, do envelhecimento da população e da necessidade premente de mão de obra", diz o advogado Fábio Pimentel, do escritório Pimentel Aniceto Associados. No entender dele, deve haver, no entanto, uma coordenação entre as políticas de incentivo para a obtenção da nacionalidade e mesmo do processo migratório com as questões econômicas, para que não se criem problemas sociais.

Mesmo a rigorosa Alemanha está mexendo nas regras, a ponto de reduzir de cinco para três anos o tempo necessário para que um trabalhador da indústria de base que more no país tenha direito à nacionalidade alemã. Pimentel acredita que os governos dos países europeus estão atentos no sentido de atrair descendentes de cidadãos que migraram para o exterior como público prioritário para reforçar as populações locais. Portugal, por exemplo, dá sinais claros de que optou pelos brasileiros, pela proximidade da língua e cultural. "As políticas de incentivos devem mirar todos os públicos, principalmente, aquele voltado para o setor de serviços, que sustenta o PIB (Produto Interno Bruto)", acrescenta.

Professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Francisco Zagari, 58, já tem cidadania portuguesa e a estendeu aos dois filhos e aos três netos. Mas, como o bisavô nasceu na Itália, ele decidiu também pedir a nacionalidade italiana. "Estou fazendo isso para que as futuras gerações da minha família possam ter a opção de viver, estudar e trabalhar no exterior. Tenho parentes no interior de São Paulo e de Minas Gerais que já conseguiram a nacionalidade italiana. Então, achei por bem dar início ao processo", destaca. Ele vai gastar R$ 40 mil nessa empreitada, envolvendo quatro pessoas. "Esse gasto valerá muito a pena no futuro", assinala.

A meta de Zagari é que, principalmente, os três netos tenham a oportunidade de estudarem na Europa, podendo desenvolver uma bela carreira profissional mundo afora. "Meus dois filhos são concursados e ainda não se sentem confortáveis para viver no exterior. No entanto, farei de tudo para que meus netos possam ter essa oportunidade", ressalta. "Eu, particularmente, já decidi que, depois de me aposentar, vou mudar para Portugal, terra do meu pai e da minha avó, que deixaram suas vidas para trás em 1958, ao emigrarem para o Brasil por causa da ditadura salazarista", afirma.

Pacífico - cidadania italiana

Ricos também querem 6x1s17

Mesmo entre os brasileiros de altíssima renda, o desejo de uma outra cidadania é latente. Sócio-diretor da gestora de recursos Heed Capital, Gustavo Caiuby conta que empresários e altos executivos, que ainda estão em plena atividade no Brasil, têm recorrido aos vistos gold para, ao final de cinco anos, terem direito à nacionalidade portuguesa. Até outubro do ano ado, esse movimento se dava por meio da compra de imóveis em Portugal avaliados a partir de 500 mil euros (R$ 2,9 milhões), mas esse mecanismo foi proibido pelo governo.

As portas continuaram abertas, porém, para os interessados em destinar os mesmos 500 mil euros ou mais para terras lusitanas por meio de fundos de investimentos multimercados, que apliquem, no mínimo, 60% do patrimônio em ações, debêntures e bônus de empresas portuguesas, ou para fundos de venture capital, voltados para participações acionárias em firmas de tecnologia e startups. Outra modalidade de investimentos mirando a nacionalidade portuguesa prevê a destinação dos recursos para a criação de empresas em Portugal que gerem 10 empregos ou mais. Essa mesma quantia pode ser usada para o reforço de capital de uma companhia com as mesmas características.

Caiuby afirma que a cidadania portuguesa e mesmo a autorização permanente de residência em Portugal são muito desejadas pelos endinheirados, porque permitem a livre circulação pelo Espaço Schengen, que engloba os 27 países da União Europeia.

"A maioria dos nossos clientes continua no mercado de trabalho, portanto não deseja se mudar agora para Portugal. Por meio dos vistos gold, precisam ar apenas sete dias no país no primeiro ano do investimento, depois 14 dias nos dois anos seguintes e outros 14 ao longo de mais dois anos. Nos pedidos normais de autorização de residência, é exigido que a pessoa fique pelo menos 180 dias por ano em Portugal", ensina.

A tendência, acredita Caiuby, é de a procura pelos vistos gold se acelerar nos próximos meses e anos. Entre os brasileiros, que têm R$ 126 milhões sob gestão da Heed, Portugal é encarado como a principal porta de entrada para a Europa. E a dupla cidadania é um ativo e tanto. No total, desde 2012, quando os vistos gold foram lançados pelo governo português para atrair capital, os brasileiros aplicaram R$ 473 milhões no país, atrás apenas dos chineses, que destinaram cerca de R$ 2 bilhões. Os chineses, assim como os indianos e os japoneses, optam por pedir a autorização permanente de residência em Portugal, e não a cidadania, pois teriam de abrir mão da nacionalidade original. Não é o caso dos brasileiros.