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Portanto, quando voc&ecirc; d&aacute; ao trabalhador descanso, isso faz com que sua empresa n&atilde;o precise pagar indeniza&ccedil;&otilde;es, devido &agrave; redu&ccedil;&atilde;o dos casos, e evita gastos para o Instituto Nacional do Seguro Social."</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:</strong>&nbsp;<a href="/brasil/2024/11/6987679-6x1-menor-jornada-melhora-saude-mental-e-reduz-acidentes.html">Menor jornada melhora sa&uacute;de mental e reduz acidentes</a></li> </ul> <p class="texto">Com mais tempo para descansar, tamb&eacute;m &eacute; poss&iacute;vel pensar e investir mais em forma&ccedil;&atilde;o acad&ecirc;mica e qualifica&ccedil;&atilde;o profissional. "Voc&ecirc; vai permitir que as pessoas busquem mais educa&ccedil;&atilde;o e profissionaliza&ccedil;&atilde;o, o que vai incrementar muito a sua empresa. Al&eacute;m disso, quando cresce a satisfa&ccedil;&atilde;o do empregado e a possibilidade de ele ar mais tempo com a sua fam&iacute;lia, a produtividade aumenta. Voc&ecirc; tamb&eacute;m permite que esse trabalhador se dedique &agrave; estrutura familiar, favor&aacute;vel ao desenvolvimento social e moral, inclusive, das novas gera&ccedil;&otilde;es. Isso tudo impacta positivamente na economia, porque s&atilde;o pessoas que v&atilde;o querer trabalhar, pessoas menos propensas ao crime e que n&atilde;o v&atilde;o trazer gastos aos cofres p&uacute;blicos", argumenta.</p> <h3>Impacto econ&ocirc;mico</h3> <p class="texto">Apesar da instabilidade econ&ocirc;mica, foi registrado crescimento do pa&iacute;s nos &uacute;ltimos anos, sendo a redu&ccedil;&atilde;o da jornada de trabalho uma pol&iacute;tica que geraria de empregos com baixo risco monet&aacute;rio. "No Brasil, o custo da m&atilde;o de obra &eacute; muito baixo. Ent&atilde;o, quando voc&ecirc; reduz a jornada de trabalho, voc&ecirc; aumenta um pouco o custo da m&atilde;o de obra, dando aos trabalhadores mais condi&ccedil;&otilde;es para gastar dinheiro. Isso movimenta a economia. A redu&ccedil;&atilde;o da jornada, especialmente para 40 horas semanais, pode fortalecer o mercado interno, porque consumidores v&atilde;o ter mais disposi&ccedil;&atilde;o e mais recursos para consumir."</p> <p class="texto"><strong>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;</strong><a href="/economia/2024/11/6996592-escala-6x1-trabalhadores-do-comercio-defendem-proposta-para-reduzir-jornada.html">Escala 6x1: trabalhadores do com&eacute;rcio defendem proposta para reduzir jornada</a></p> <p class="texto">Ainda sob a &oacute;tica econ&ocirc;mica, estudos trazidos no livro demonstram que, na pr&aacute;tica, a medida representaria um aumento de 9,09% na carga hor&aacute;ria e apenas 1,99% nos custos de produ&ccedil;&atilde;o, o que poderia ser compensado com o aumento da&nbsp;produtividade. "Empregados mais descansados produzem mais, e a transi&ccedil;&atilde;o permitiria, a longo prazo, uma redistribui&ccedil;&atilde;o de oportunidades e a democratiza&ccedil;&atilde;o do mercado de trabalho. 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Ent&atilde;o, de certa forma, eu quis trazer um retorno para a sociedade, que &eacute; justamente um pilar da universidade federal: devolver para a sociedade o investimento que est&aacute; sendo feito em voc&ecirc; com o dinheiro p&uacute;blico", diz Richard.</p> <p class="texto">Na reta final do TCC, o formando est&aacute; focado na import&acirc;ncia da limita&ccedil;&atilde;o da jornada para que o trabalho cumpra sua fun&ccedil;&atilde;o social de desenvolver o ser humano, a sociedade e a economia. O projeto ser&aacute; apresentado em fevereiro e deve se tornar, posteriormente, mais uma publica&ccedil;&atilde;o liter&aacute;ria do autor. Ele tamb&eacute;m pretende lan&ccedil;ar mais uma edi&ccedil;&atilde;o do livro sobre a redu&ccedil;&atilde;o da escala 6x1, voltada aos aspectos econ&ocirc;micos da medida no pa&iacute;s. Depois de se formar, o sonho de Richard &eacute; lecionar na universidade. Seus planos tamb&eacute;m incluem advogar para custear um cursinho, visando a aprova&ccedil;&atilde;o no concurso da Defensoria P&uacute;blica.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2025/01/7029940-universidade-de-brasilia-cria-comite-de-enfrentamento-a-desinformacao.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/01/08/08012025mf04-44397311.jpg?20250108171917" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>Universidade de Brasília cria Comitê de Enfrentamento à Desinformação</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/enem/2025/01/7028886-resultado-do-enem-2024-sera-divulgado-na-proxima-segunda-feira-13-1.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/03/whatsapp_image_2024_11_03_at_18_15_40-41249850.jpeg?20250107170732" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Enem</strong> <span>Resultado do Enem 2024 será divulgado na próxima segunda-feira (13/1)</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2025/01/7028040-sisu-2025-universidades-publicas-do-df-e-de-diversos-estados-oferecem-vagas-confira.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/02/16/1_sisu_34488350-35060988.jpg?20241227102645" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>Sisu 2025: universidades públicas do DF e de diversos estados oferecem 260 mil vagas</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/01/07/675x450/1_07012025mf01-44341858.jpg?20250108213932?20250108213932", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Marina Rodrigues" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 3q162a

Eu, Estudante 29715y

jornada de trabalho

Aluno da UnB lança o livro 'Escravidão Contemporânea: A Escala 6x1 no Brasil' 176d3g

Na obra, Richard Henrique Coátio, 25 anos, aborda como as relações de exploração no país influenciaram o atual modelo de trabalho. Segundo o autor, objetivo foi munir parlamentares e sociedade com argumentos em defesa do trabalhador 3i2v66

O que começou como um trabalho de conclusão de curso (TCC) do estudante de direito Richard Henrique Coátio de Souza, 25 anos, transformou-se em um livro de impacto social e político. Em meio às mobilizações pela redução da jornada de trabalho no país, a obra, intitulada Escravidão Contemporânea: A Escala 6x1 no Brasil, foi lançada oficialmente em dezembro na Universidade de Brasília (UnB), abordando, de forma embasada e multidisciplinar, a origem e os efeitos da jornada de trabalho de seis dias consecutivos com um dia de descanso. O autor analisa aspectos históricos, econômicos e psicológicos do direito trabalhista e propõe a redução da carga horária semanal como um o para a dignidade no trabalho. 

"A escala 6x1 pode ser considerada uma prática escravista contemporânea, à medida que retira do trabalhador o seu direito ao descanso, expondo-o a uma jornada exaustiva", pontua Richard. Ele explica que a proposta de redução da jornada está em consonância com as recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e visa alinhar o Brasil ao cenário internacional. "Se adotada, essa medida reafirmaria o compromisso do país com os direitos humanos no trabalho e traria benefícios para os empregados, os empregadores e a economia como um todo", afirma.

Crislayne Almeida - O lançamento da obra ocorreu em 17 de dezembro no Auditório Esperança Garcia da UnB

Realidade  b6r1t

A escolha do tema surgiu das experiências pessoais de Richard, que observou que pessoas próximas enfrentavam longas jornadas e sofriam com a falta de tempo. "Era frustrante tentar marcar encontros com amigos que nunca podiam porque trabalhavam o dia todo ou tinham folgas em horários e dias incomuns. Vi isso se repetir também com familiares, que trabalharam a vida inteira sem ter tempo para lazer, descanso e convivência social. Daí surgiu em mim uma inquietação e até uma raiva dessa situação", relata. 

A partir dessa angústia, ele decidiu abordar a pauta, inicialmente como TCC. No entanto, com ampliação dos debates no Congresso Nacional, motivada pela proposta de emenda à Constituição (PEC) que sugere o fim da escala 6x1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), Richard percebeu a urgência do assunto e decidiu publicar o estudo antes, em formato de livro. "Meu objetivo foi munir parlamentares e a sociedade com argumentos sólidos para defender a classe", conta.

Escravidão 3s6u

Uma das propostas da obra, segundo o autor, é analisar historicamente a construção do direito do trabalho no mundo. "Enquanto a humanidade já tinha ado pelas mais variadas experiências históricas em relação a modelos econômicos, antiguidade, pré-história, feudalismo, mercantilismo, iluminismo e outros, o Brasil ainda estava sendo 'descoberto' em 1500, com a chegada dos colonizadores portugueses. Então, um dos eixos da publicação é entender como ocorreu a formação histórica do direito do trabalho dentro do modelo escravista que estava sendo implantado no país. Isso fez com que, hoje, ainda tenhamos heranças escravistas com a jornada de 44 horas semanais e com a relação entre empregado e empregador", descreve, utilizando o termo "escravidão contemporânea".

Leia também: Fim da escala 6x1: especialistas falam sobre viabilidade de mudança

Richard também destaca como as atuais condições de trabalho podem ser mais precárias quando comparadas, por exemplo, às dos operários das manufaturas pré-industriais do século XIX. "Naquele tempo, era possível viver uma semana inteira com o salário de quatro dias de trabalho. Hoje, muitos brasileiros trabalham seis dias por semana e ainda não conseguem garantir o básico para sobreviver", afirma, citando o alto custo da cesta básica no Brasil e a desproporção em relação ao valor do salário mínimo.

"Sendo as maiores características do trabalhador brasileiro a fome e o cansaço, o que deve ser feito é aumentar o salário mínimo de maneira real, para que ele consiga comprar, pelo menos, o mínimo necessário para sobreviver, não ar fome; e uma redução da jornada de trabalho para que tenha condições mínimas e dignidade junto à sua família, tempo para saúde, lazer e para as tarefas domésticas."

Crislayne Almeida - ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA: A ESCALA 6X1 NO BRASIL. Richard Coátio. Editora Processo, 228 páginas, R$ 70. Confira no site: https://bit.ly/3Wfn3d1

Descanso 535s61

Além de abordar as heranças históricas, o livro explora a relação entre jornadas exaustivas e problemas de saúde. Para Richard, o descanso adequado é essencial para reduzir acidentes de trabalho e melhorar a qualidade de vida dos funcionários. "Trabalhadores exaustos estão mais propensos a acidentes, o que gera custos tanto para as empresas quanto para o sistema de saúde pública. Portanto, quando você dá ao trabalhador descanso, isso faz com que sua empresa não precise pagar indenizações, devido à redução dos casos, e evita gastos para o Instituto Nacional do Seguro Social."

Com mais tempo para descansar, também é possível pensar e investir mais em formação acadêmica e qualificação profissional. "Você vai permitir que as pessoas busquem mais educação e profissionalização, o que vai incrementar muito a sua empresa. Além disso, quando cresce a satisfação do empregado e a possibilidade de ele ar mais tempo com a sua família, a produtividade aumenta. Você também permite que esse trabalhador se dedique à estrutura familiar, favorável ao desenvolvimento social e moral, inclusive, das novas gerações. Isso tudo impacta positivamente na economia, porque são pessoas que vão querer trabalhar, pessoas menos propensas ao crime e que não vão trazer gastos aos cofres públicos", argumenta.

Impacto econômico 1j5c3p

Apesar da instabilidade econômica, foi registrado crescimento do país nos últimos anos, sendo a redução da jornada de trabalho uma política que geraria de empregos com baixo risco monetário. "No Brasil, o custo da mão de obra é muito baixo. Então, quando você reduz a jornada de trabalho, você aumenta um pouco o custo da mão de obra, dando aos trabalhadores mais condições para gastar dinheiro. Isso movimenta a economia. A redução da jornada, especialmente para 40 horas semanais, pode fortalecer o mercado interno, porque consumidores vão ter mais disposição e mais recursos para consumir."

Leia também: Escala 6x1: trabalhadores do comércio defendem proposta para reduzir jornada

Ainda sob a ótica econômica, estudos trazidos no livro demonstram que, na prática, a medida representaria um aumento de 9,09% na carga horária e apenas 1,99% nos custos de produção, o que poderia ser compensado com o aumento da produtividade. "Empregados mais descansados produzem mais, e a transição permitiria, a longo prazo, uma redistribuição de oportunidades e a democratização do mercado de trabalho. Nós temos uma voz tecnológica tão grande que permite às pessoas trabalharem menos dias na semana e produzirem o mesmo tanto. E se você for um pequeno comércio, é possível distribuir aquelas pessoas que trabalham ali para que, no dia menos movimentado, apenas um trabalhe e o outro folgue", exemplifica.

Propósito 58603q

Crislayne Almeida - Richard pretende publicar a segunda edição do livro em 2025

Richard escolheu a graduação em direito visando melhores condições para cuidar dos cinco irmãos mais novos, enquanto a mãe enfrenta problemas de alcoolismo. Ele conta que ingressou na UnB em 2017 e que era para ter se formado em 2023, mas teve de interromper temporariamente a vida acadêmica durante a pandemia para se dedicar exclusivamente à família. Segundo ele, só foi possível retomar os estudos quando a calamidade pública foi controlada e as aulas voltaram a ser ministradas presencialmente. 

Apesar dos desafios, ele se diz motivado para defender os direitos humanos, na esperança de um mundo mais justo e igualitário. "No final da graduação, eu queria fazer algo que trouxesse algum benefício social, algo de útil. Então, de certa forma, eu quis trazer um retorno para a sociedade, que é justamente um pilar da universidade federal: devolver para a sociedade o investimento que está sendo feito em você com o dinheiro público", diz Richard.

Na reta final do TCC, o formando está focado na importância da limitação da jornada para que o trabalho cumpra sua função social de desenvolver o ser humano, a sociedade e a economia. O projeto será apresentado em fevereiro e deve se tornar, posteriormente, mais uma publicação literária do autor. Ele também pretende lançar mais uma edição do livro sobre a redução da escala 6x1, voltada aos aspectos econômicos da medida no país. Depois de se formar, o sonho de Richard é lecionar na universidade. Seus planos também incluem advogar para custear um cursinho, visando a aprovação no concurso da Defensoria Pública.