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"A minha primeira comunhão foi com ele"

Correio Braziliense
postado em 06/01/2023 06:00
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

"Quando Bento XVI canonizou Frei Galvão, em São Paulo, eu tinha 7 anos. Guardo memórias esparsas daquele 11 de maio de 2007. Eu me recordo da cerimônia. A minha primeira comunhão foi com Bento XVI. Eu e meus pais fomos ao Campo de Marte, local da cerimônia, em um ônibus cheio de cardeais e bispos. Estava focado em fazer tudo direito, o sacramento, com o respeito que merece ser feito. A gente tem que beijar o Anel do Pescador, e eu me esqueci disso. Aí um cardel apontou para o anel, e deu tudo certo. O encontro com Bento XVI foi muito breve. Ele pronunciou algumas palavras que não me lembro e me deu o sacramento.

Vejo Bento XVI como um grande estudioso da fé. Foi um dos maiores teólogos deste e do último século. Foi com essa bandeira que ele chegou ao Vaticano. O nosso contato foi muito breve. O fato de ele ter vindo ao Brasil para canonizar Frei Galvão mostra como ele gostava de conduzir as coisas, aponta o caráter e a integridade do próprio papa.

Uma coisa muito bacana é que, quando veio ao Brasil, Bento XVI fez questão de aprender o português o suficiente para se comunicar com os brasileiros e ar mensagens ao público. Para mim, fica um sentimento de tristeza pela perda de um grande papa, que teve um significado especial, em um momento especial de nossas vidas.

Bento XVI sempre foi muito fiel ao serviço e encarou a posição com responsabilidade enorme. Imagino que para o papa Francisco tenha sido uma experiência muito nova enterrar outro pontífice. É um momento diferente para a Igreja Católica e que faz a gente refletir sobre como lidar com o inesperado. Francisco fez uma coisa que ninguém fazia havia dois séculos. E o fez com a convicção de que era o certo a ser feito."

Enzzo Gallafassi, 23 anos, estudante de medicina cujo nascimento foi reconhecido como milagre de Frei Galvão, o que levou à canonização do brasileiro, em 2007. A mãe de Enzzo, Sandra Grossi, teve uma gravidez de alto risco. Ela ingeriu as pílulas de Frei Galvão e deu à luz com 32 semanas de gestação. Enzzo morou em Brasília dos 3 aos 17 anos; hoje, ele vive em São Paulo. Depoimento ao Correio

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