
"Quando Bento XVI canonizou Frei Galvão, em São Paulo, eu tinha 7 anos. Guardo memórias esparsas daquele 11 de maio de 2007. Eu me recordo da cerimônia. A minha primeira comunhão foi com Bento XVI. Eu e meus pais fomos ao Campo de Marte, local da cerimônia, em um ônibus cheio de cardeais e bispos. Estava focado em fazer tudo direito, o sacramento, com o respeito que merece ser feito. A gente tem que beijar o Anel do Pescador, e eu me esqueci disso. Aí um cardel apontou para o anel, e deu tudo certo. O encontro com Bento XVI foi muito breve. Ele pronunciou algumas palavras que não me lembro e me deu o sacramento.
Vejo Bento XVI como um grande estudioso da fé. Foi um dos maiores teólogos deste e do último século. Foi com essa bandeira que ele chegou ao Vaticano. O nosso contato foi muito breve. O fato de ele ter vindo ao Brasil para canonizar Frei Galvão mostra como ele gostava de conduzir as coisas, aponta o caráter e a integridade do próprio papa.
Uma coisa muito bacana é que, quando veio ao Brasil, Bento XVI fez questão de aprender o português o suficiente para se comunicar com os brasileiros e ar mensagens ao público. Para mim, fica um sentimento de tristeza pela perda de um grande papa, que teve um significado especial, em um momento especial de nossas vidas.
Saiba Mais
-
Mundo Atum é vendido por mais de R$ 1 milhão em leilão de Ano Novo
-
Mundo Tigre morde pescoço de domador durante apresentação em circo italiano
-
Mundo O terreno na praia tomado de família negra 100 anos antes e que agora será vendido por US$ 20 milhões
-
Mundo Príncipe Harry: a acusação central contra William que continua sem resposta da família real
Bento XVI sempre foi muito fiel ao serviço e encarou a posição com responsabilidade enorme. Imagino que para o papa Francisco tenha sido uma experiência muito nova enterrar outro pontífice. É um momento diferente para a Igreja Católica e que faz a gente refletir sobre como lidar com o inesperado. Francisco fez uma coisa que ninguém fazia havia dois séculos. E o fez com a convicção de que era o certo a ser feito."
Enzzo Gallafassi, 23 anos, estudante de medicina cujo nascimento foi reconhecido como milagre de Frei Galvão, o que levou à canonização do brasileiro, em 2007. A mãe de Enzzo, Sandra Grossi, teve uma gravidez de alto risco. Ela ingeriu as pílulas de Frei Galvão e deu à luz com 32 semanas de gestação. Enzzo morou em Brasília dos 3 aos 17 anos; hoje, ele vive em São Paulo. Depoimento ao Correio
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail [email protected].