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Carta aberta a todos os homens no Dia da Mulher 73u3u
Dia da Mulher

Carta aberta a todos os homens no Dia da Mulher 3e446v

Quem se recusa a tomar parte nessa luta escolhe, consciente ou inconscientemente, o lado da opressão a5257

José Manuel Diogo - Escritor, cronista, consultor internacional e produtor cultural

Ser feminista é tão importante como respirar. Ser homem e feminista hoje é, antes de tudo, uma questão de coerência moral e inteligência social. O feminismo, longe de ser um campo exclusivo das mulheres, é um projeto de humanidade, uma luta pela justiça e pela equidade que atravessa todas as esferas da vida. Num mundo onde a desigualdade de gênero ainda dita salários, segurança, oportunidades e até a liberdade de existir sem medo, não há desculpa para a inércia. Quem se recusa a tomar parte nessa luta escolhe, consciente ou inconscientemente, o lado da opressão.

O feminismo não é uma ideologia opcional, nem um capricho acadêmico; é tão essencial quanto o oxigênio que nos mantém vivos. Porque onde há desigualdade, há asfixia. O machismo sufoca não apenas as mulheres, mas também os homens, ao impor um modelo rígido e ultraado de masculinidade que nos nega a plenitude das emoções, das relações e da autenticidade. Se os homens ainda detêm a maior parte do poder político, econômico e social, é uma obrigação ética usá-lo para questionar, redistribuir e reconstruir. Não basta não ser machista; é preciso ser ativamente feminista.

Ser feminista é um compromisso diário contra todas as discriminações e não se limita a compartilhar frases bonitas ou fazer discursos inspiradores. É um exercício permanente, uma prática contínua que começa na escuta e na autoanálise. Significa reconhecer privilégios, abrir espaço e aprender com as mulheres, sem tentar assumir o protagonismo. É no cotidiano que se mede a autenticidade desse compromisso: na forma como educamos os filhos, no respeito pelas escolhas das mulheres, na disposição para enfrentar piadas sexistas em rodas de amigos, na recusa a pactuar com estruturas que perpetuam a desigualdade.

Esse desígnio, no entanto, não se esgota na questão de gênero. O feminismo é indissociável do combate a todas as formas de discriminação — racismo, homofobia, transfobia, xenofobia, capacitismo. Não há justiça seletiva. O mesmo machismo que oprime mulheres cisgênero impõe uma violência desproporcional sobre mulheres trans e nega direitos fundamentais a pessoas LGBTQIA+. A luta pela equidade de gênero precisa ser interseccional, pois a desigualdade nunca age isoladamente.

Seja na política, nas empresas ou nos lares, os homens ainda ocupam posições de poder. A questão é: o que fazemos com isso? O feminismo não nos pede que nos tornemos "salvadores" ou que falemos por mulheres, mas que reconheçamos e desmantelemos os sistemas que perpetuam injustiças. Pede-nos que escutemos mais do que falemos, que usemos a nossa voz para amplificar, não para substituir.

E se ainda há homens que se sentem ameaçados pelo feminismo, que se perguntam o que ganham ao abraçá-lo, a resposta é simples: ganhamos tudo. Ganhamos relações mais honestas, sociedades mais justas, paternidades mais plenas, identidades menos sufocantes. Ganhamos um mundo onde não precisamos provar masculinidade através da dominação, da violência ou da indiferença.

Ser feminista hoje é uma questão de sobrevivência social. Se não construirmos um futuro baseado na equidade, continuaremos respirando o ar viciado da injustiça. E um mundo assim, para qualquer ser humano decente, deveria ser irrespirável.

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