
A posse de Alexandre Padilha como ministro da Saúde, em substituição a Nísia Trindade, está marcada para 6 de março. Com a saída dele da pasta de Relações Institucionais, começa a disputa pelo posto.
Entre os cotados para assumir o cargo, está o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), apoiado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A eventual nomeação dele seria uma forma de agradar ao Centrão, que está cobrando mais espaço nas pastas do governo, principalmente, as que têm maior destaque.
Ainda estão no páreo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e a própria presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann — embora esteja na corrida, também, para assumir a Secretaria-Geral da Presidência. Outra ala do governo acredita que a melhor escolha seria o senador Jaques Wagner (PT-BA), considerado como um nome para dialogar com diferentes segmentos do Congresso Nacional.
"Fortalecer o SUS"
Nas redes sociais, ontem, Padilha agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Fui convidado pelo presidente para ser ministro da Saúde e aceitei com muita honra essa nova missão. Sei do desafio que isso representa, sendo o Brasil o único país do mundo com população maior que 100 milhões de habitantes com um sistema de saúde público, gratuito e universal", frisou. "Fortalecer o SUS continuará sendo a nossa grande causa, com atenção especial para a redução do tempo de espera de quem busca cuidado na rede de saúde."
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Médico especializado em infectologia, Padilha foi ministro da Saúde no primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014) e deixou como marca a criação do Mais Médicos, que envia profissionais a regiões necessitadas do país. O programa foi considerado ponto forte da gestão da presidente e contribuiu para a reeleição dela.
Pela boa avaliação com que saiu do governo Dilma, Padilha se candidatou ao governo do estado de São Paulo, em 2014, mas acabou em terceiro lugar. No ano seguinte, quando o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assumiu a prefeitura da capital paulista, foi convidado para ser secretário de Saúde e permaneceu no cargo até 2016.
Em 2019, foi eleito pela primeira vez deputado federal e reeleito em 2022. Em 2023, Lula o convidou para assumir as Relações Institucionais. "Nessa gestão, tivemos de lidar com o desafio de implementar uma verdadeira reabilitação das relações institucionais no Estado brasileiro, após quatro anos de um governo que tinha o projeto criminoso de destruir a democracia e fabricar conflitos", escreveu o ministro na publicação de ontem.
Padilha apadrinhou Nísia no governo Lula e fez questão de reconhecer o trabalho da colega de governo no anúncio de substituição da Saúde. "Tenho profunda iração e carinho pela minha amiga Nísia Trindade, com quem tive a honra de trabalhar nesses dois anos. Símbolo de compromisso e seriedade à frente da Fiocruz e do Ministério da Saúde, Nísia deixa um legado de reconstrução do SUS, após anos de gestões negacionistas, que nos custaram centenas de milhares de vidas", declarou.
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