
Os ministros Marcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência) e Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) comentaram nesta quinta-feira (1º/5) sobre a permanência de Carlos Lupi à frente do Ministério da Previdência após o escândalo envolvendo descontos irregulares do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Em conversa com jornalistas, ambos defenderam que a prioridade do governo é desvendar o esquema fraudulento e ressarcir os aposentados prejudicados. Porém, divergiram sobre o critério para decidir sobre a permanência de Lupi na Esplanada. Os ministros participaram de atos em comemoração ao Dia do Trabalho em São Paulo, assim como Cida Gonçalves (Mulheres).
Enquanto Macedo diz que não há indícios contra Lupi até agora, Marinho ite que outros fatores podem ser levados em conta pra a decisão, como o cenário político e a reação à crise.
"Ele, ou qualquer outro ministro, se cometer algum ato que não seja correto, está sujeito a ser demitido pelo presidente da República. No presente momento, ele está conduzindo esse processo de uma forma muito transparente. Vamos aguardar o decorrer desse processo", comentou Macedo à imprensa. Para o ministro, não há nada que "desabone" Lupi até agora.
O titular da Previdência não está entre os investigados do esquema ilegal no INSS, no qual entidades descontavam ilegalmente valores das contas de aposentados, sem consentimento. A Polícia Federal (PF) estima que, entre 2019 e 2025, a fraude movimentou R$ 6,3 bilhões.
Demora ao agir contra crise
Porém, Lupi é criticado pela demora ao agir contra o esquema, que já era conhecido pelo ministro desde junho de 2023. Ele levou ao menos dez meses, segundo documentos do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), para adotar medidas contra as fraudes. Por isso, há forte pressão dentro do governo para sua demissão.
Questionado sobre o tema, Marinho também apontou que não há indícios de participação de Lupi até o momento, mas disse que outros fatores são levados em conta para mantê-lo ou não no cargo. Especialmente as condições políticas e se Lupi conseguirá agir de forma efetiva para estancar a crise.
"O ministro Lupi tem as ferramentas agora, com a nova gestão do INSS, para poder tomar as decisões, fazer as correções de rota e dar a garantia para a sociedade de que o INSS é uma instituição séria", disse Marinho. "A continuidade de um ministro, muitas vezes, a por uma avaliação política, não simplesmente se o ministro tem ou não culpa", acrescentou ainda.