Poder

Candidato à presidência do PT, Rui Falcão defende foco em movimentos sociais

Em conversa com jornalistas, o petista defendeu que a legenda abandone o discurso de que o "PT mudou" e pare de tentar se projetar como centro

Rui Falcão:
Rui Falcão: "São coisas que vão dialogar mais com a nossa base social e eleitoral" - (crédito: Rafaela Gonçalves/ CB)

O deputado federal Rui Falcão (PT/SP) lançou nesta terça-feira (20/5), em Brasília, a candidatura à presidência do Partido dos Trabalhadores. Em conversa com jornalistas, antes do evento, o petista defendeu que a legenda abandone o discurso de que o “PT mudou” e pare de tentar se projetar como “centro” para focar nos movimentos sociais. 

Falcão mencionou algumas das pautas que devem ser priorizadas, como a revogação da escala 6x1, redução da jornada sem redução de salário, a taxação dos super-ricos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, e o movimento “sem anistia”.

“São coisas que vão dialogar mais com a nossa base social e eleitoral. Essa ida para o movimento social, para a nossa principal base, ela é um contraponto para o excesso, do ‘vamos dirigir ao centro, o PT mudou’, mas a classe trabalhadora continua explorada”, afirmou. 

O pleito se dá após a saída de Gleisi Hoffmann da presidência do partido, ao assumir o cago de ministra da Secretaria de Relações Institucionais. Falcão se opõe ao nome de Edinho Silva para o comando da legenda, candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, anunciou, na segunda-feira (19), a desistência da candidatura a pedido do chefe do Executivo. Questionado se também desistiria da candidatura caso houvesse um pedido de Lula, Falcão disse não acreditar nessa hipótese. 

“Eu acho que o presidente não me pediria isso, porque ele sabe que eu não estou pondo meu nome para um projeto pessoal, esperando qualquer compensação e nem cobro o que eu já fiz até hoje por ele ou pelo partido. Eu tenho uma causa há muitos anos, desde que eu era jovem. Lutar por uma nova sociedade”, disse. 

Dividido entre volta à esquerda ou projeção à centro-direita, o partido vive um momento crítico e o pleito será decisivo para delimitar o rumo da campanha eleitoral em 2026. O grupo Construindo Um Novo Brasil (CNB), que lidera as tendências dentro do PT, oficializou nesta semana o apoio à candidatura de Edinho, o deixando mais próximo de ocupar a presidência. 

Liderança conhecida, Rui Falcão presidiu o PT em duas ocasiões, entre 1993 e 1994 e entre 2011 e 2017, e conta com o tendências internas Democracia Socialista (DS), Avante, Diálogo e Ação Petista (DAP) e a Militância Socialista (MS). O deputado tem alertado a militância sobre uma possível “guinada ao centro” com uma eventual vitória do principal adversário.

postado em 20/05/2025 22:44
x