Julgamento no STF

Trama golpista: Hamilton Mourão é um dos convocados a depor nesta sexta

Foram ouvidos hoje (23/5) pela manhã o delegado Carlos Afonso Gonçalves, testemunha do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, e o coronel do Exército Waldo Manuel, que depôs como testemunha de defesa do ex-ministro Braga Netto

Entre os nomes previstos para a oitiva de hoje está o do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente de Bolsonaro -  (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)
Entre os nomes previstos para a oitiva de hoje está o do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente de Bolsonaro - (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade nesta sexta-feira (23/5) à escuta das testemunhas no processo que investiga a atuação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Entre os nomes previstos para hoje está o do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente de Bolsonaro.

Foram ouvidos pela manhã o delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, testemunha do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, e o coronel do Exército Waldo Manuel de Oliveira Aires, que depôs como testemunha de defesa do general da reserva Walter Braga Netto.

Segundo Waldo Manuel, o ex-ministro da Defesa Braga Netto foi pego de surpresa pelos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. “Creio que para todo mundo foi surpresa”, afirmou o coronel, ao ser questionado sobre os ataques às sedes dos Três Poderes. Ele disse não ter havido qualquer expectativa de violência naquele dia.

“Não esperávamos que ocorresse a manifestação”, continuou. “A depredação causou em todo mundo uma certa surpresa, porque jamais esperávamos.” Aires também destacou que, na visão do general Braga Netto, o caráter da mobilização deveria ser pacífico. Ainda segundo ele, o ex-ministro jamais imaginou que “uma manifestação conservadora terminasse da forma como terminou”, em referência à invasão e destruição dos prédios públicos.

Waldo, coronel do Exército e ex-subordinado de Braga Netto tanto na estrutura militar quanto no Ministério da Defesa, foi convocado para depor como testemunha de defesa. Já Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, delegado da Polícia Federal, está atualmente afastado por decisão judicial. Ele atuou na Abin sob o comando de Alexandre Ramagem e é suspeito de envolvimento no esquema de monitoramento ilegal conhecido como “Abin paralela”.

As audiências integram o cronograma da Operação Tempus Veritatis , deflagrada pela Polícia Federal (PF) no fim de 2023. A apuração aponta que o grupo planejava impedir, por meios ilegais, a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice, Geraldo Alckmin.

Na parte da tarde, o Supremo Tribunal Federal dará continuidade às oitivas com a escuta de testemunhas indicadas por Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Entre os nomes previstos está o do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que também foi arrolado pelas defesas de Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

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postado em 23/05/2025 10:33
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