
Após fechar um acordo com o Congresso Nacional, o governo federal não deve anunciar as medidas para compensar a elevação das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) antes de se reunir com líderes da Câmara e do Senado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (3/6) que o Planalto e a equipe econômica preferem não adiantar o conteúdo dos textos, que devem vir quase em formato de projeto de lei, para evitar as especulações.
As novas medidas que devem ser levadas ao Congresso teriam o objetivo de honrar com a meta fiscal de 2025, ao mesmo tempo em que projeta mudanças estruturais a longo prazo, segundo Haddad. De acordo com o ministro, ainda há outros pontos do pacote que devem ser discutidos com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, posteriormente, mas que não dizem respeito ao cumprimento da meta para este ano.
“No que diz respeito ao ano que vem, nós temos a liberdade. Nós estamos construindo agora as condições de fechamento da peça orçamentária que tem que ser enviada em agosto para o Congresso Nacional. Então há medidas que não precisam ser definidas imediatamente. Nós temos um prazo para votar. Nós estamos falando de alguns dias para resolver o problema”, disse o ministro, após saída da reunião no Palácio da Alvorada.
Lula e Haddad se reuniram com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Também estiveram na reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin, além de líderes do governo no Congresso Nacional, como o deputado federal José Guimarães e o senador Jaques Wagner.
O encontro com outros líderes da Casa deve ocorrer no próximo domingo (8/6), como sinalizou o ministro da Fazenda. De acordo com Haddad, a ideia de conversar com outros parlamentares antes de anunciar oficialmente as medidas partiu diretamente de Motta e Alcolumbre, ao qual o ministro considerou como um “pedido singelo” do Legislativo.
“O que está sendo pedido agora é uma coisa mais singela, que é comunicar os líderes. Está tudo apresentado aqui para os presidentes. Mas, se é necessário apresentar para os líderes, não é melhor nós fazermos as coisas com segurança, na política, para serem sustentáveis? Para beneficiar o país como um todo”, disse, ainda, o chefe da Fazenda.