Tudo começou quando ela apresentou sintomas incomuns como queimação nos pés e dores nas pernas, que se espalharam para outras partes do corpo, incluindo tronco, braços e cabeça.
Ela chegou a pensar que as dores era por conta do jet lag (distúrbio do sono que pode afetar pessoas que viajam rapidamente em vários fusos horários) da viagem de avião.
Inicialmente, os médicos não identificaram nenhum problema em seus exames, mas os sintomas persistiam.
A causa foi a infecção pelo parasita Angiostrongylus cantonensis, conhecido como verme do pulmão de rato, comum em regiões tropicais e subtropicais.
Apesar de não ser detectado diretamente no sangue, traços genéticos do parasita foram identificados no líquido cerebrospinal.
A paciente permanece em anonimato e é moradora da região da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos.
O Angiostrongylus cantonensis é mais comum em regiões tropicais e subtropicais, especialmente no Sudeste Asiático, Pacífico, Caribe e algumas partes da África e das Américas.
Os ratos são os hospedeiros naturais do parasita. As larvas se desenvolvem nos pulmões desses roedores, onde amadurecem e produzem ovos.
Os ovos eclodem, e então as larvas são expelidas nas fezes do rato.
Moluscos, como caracóis e lesmas, são os hospedeiros intermediários. Eles ingerem as larvas do parasita presentes no ambiente, e as larvas se desenvolvem até um estágio infectante dentro desses moluscos.
Humanos são infectados ao consumir moluscos crus ou mal cozidos, ou vegetais contaminados por esses animais.
Caranguejos terrestres e camarões também podem transmitir o parasita se alimentados com lesmas ou caracóis infectados.
Nem todas as pessoas infectadas apresentam sintomas, mas quando as larvas atingem o sistema nervoso central, podem causar meningite eosinofÃlica, com sintomas como dores de cabeça, rigidez no pescoço, vÃŽmitos, confusão e formigamento.
Não há tratamento específico, apenas anti-inflamatórios para aliviar os sintomas. Em alguns casos, a permanência do parasita pode ser fatal.
No caso da mulher infectada, ela foi tratada com antiparasitários e anti-inflamatórios por 14 dias, recebendo alta após seis dias de internação.