Ela criticou a forma como o tema vem sendo abordado, já que, segundo a jornalista, a imprensa dá a entender que a maioria das mulheres estaria cuidando das bonecas hiper-realistas quando na verdade é o contrário.
No vídeo, ela questiona os estereótipos que associam mulheres à infantilização, contrastando essa imagem com a realidade da maioria das mulheres brasileiras, que trabalham fora e sustentam suas famílias.
'Isso, gente, não representa as mulheres, porque nós não somos estúpidas a esse ponto, nem infantis a esse ponto', comentou a jornalista.
'O Brasil tem 25 milhões de mulheres que trabalham com vínculo formal, carteira assinada, que todo dia deixam as suas casas pra trocar sua força de trabalho por um salário pra alimentar filhos de verdade', continuou.
'Você, por acaso, tem uma vizinha que é 'esposa-troféu', ou encontra todo dia com mães de bebês reborn na pracinha do seu bairro, ou tem um monte de amigas que am o dia colorindo livro de ursinho? Eu imagino que não, né?', indagou.
A jornalista também apontou que muitos artigos sobre o tema são escritos por homens em veículos pouco conhecidos, argumentando que essa narrativa busca deslegitimar o feminismo e reforçar a ideia de que mulheres precisam de 'proteção masculina'.
Por fim, a jornalista encerra o vídeo questionando quem se beneficia da perpetuação desses estereótipos.
O vídeo, com mais de 5,8 milhões de visualizações, recebeu apoio massivo, especialmente de mulheres que apoiaram sua fala.
Ana Paula Padrão é uma das jornalistas mais reconhecidas do Brasil, com uma trajetória marcada por agens em grandes veículos de comunicação.
Nascida em 25 de novembro de 1965, em Brasília, é filha de pais mineiros que se conheceram na capital federal.
Antes de se tornar jornalista, ela praticou balé na infância uma forma de perder a timidez — dançou dos seis aos 19 anos.
Depois de se formar em jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB), iniciou sua trajetória jornalística começou na década de 1980, na TV Brasília, afiliada da Rede Manchete.
Sete anos depois, foi contratada pela TV Globo, onde atuou como correspondente internacional em Londres e Nova York.
Na emissora, ela cobriu eventos de grande repercussão, como as guerras no Afeganistão e em Kosovo, além dos atentados de 11 de setembro.
Ana Paula chegou a apresentar o Jornal Nacional em algumas oportunidades, além de ter se tornado âncora e editora-executiva do Jornal da Globo.
Em 2005, migrou para o SBT, onde foi âncora e editora-chefe do SBT Brasil e, na sequência, apresentou o programa SBT Realidade.
Antes de ir para a Band, em 2014, ou pela Record TV, comandando o Jornal da Record por quatro anos.
Em 2014, assumiu a apresentação do MasterChef Brasil na Band, onde permaneceu por dez anos no comando do reality show culinário.
Paralelamente à carreira na TV, Ana Paula investiu em projetos voltados ao empoderamento feminino. Fundou a plataforma 'Tempo de Mulher', referência em conteúdo destinado a mulheres.
Atualmente, é CEO da Conquer Unna, comunidade de desenvolvimento de lideranças femininas, oferecendo mentorias e cursos para empresárias, empreendedoras e executivas.
Na vida pessoal, Ana Paula é casada com o empresário Gustavo Diament e mantém uma relação próxima com a enteada, Nina.
Em 2014, a jornalista lançou o livro 'O Amor Chegou Tarde em Minha Vida', uma autobiografia na qual reflete sobre sua trajetória e aborda questões essenciais para a mulher contemporânea.
Em uma das histórias ela conta que, ao pedir demissão da Globo, deixou para trás um dos salários mais altos do jornalismo brasileiro para tomar as rédeas de sua própria vida.